Todos Contra o Coronavírus - Registros e reflexões do meu último passeio de Natal no ano passado


 Este mesmo texto era para ter sido publicado há um ano. Mas na época, tive uma espécie de bloqueio criativo sem nenhuma razão aparente. Afinal, este dia tinha tudo para ser um dia feliz de um passeio de Natal com tudo que tive direito e mais alguns momentos ímpares que fizeram desse dia, algo ainda mais especial, que vou lhes contar mais pra frente. 
Voltei para casa feliz e muito empolgada e talvez isso tenha causado o tal bloqueio. Algo misterioso, fora de qualquer coisa imaginada por um ser humano. 

Era um domingo como outro qualquer. Como acontecia todos os anos nesta época, desde que me entendo por gente, sempre fiz um passeio de Natal pelo centro de São Paulo para ver a decoração  nas ruas e em algum shopping e o presépio da igreja da Sé, sempre acompanhada por minha saudosa mãe. Muitas vezes, este era o meu único passeio das férias escolares (sem contar visitas à familiares ou passar aquela temporada na casa de um primo/a).

Mas isso nunca me incomodou porque para mim, você não precisa necessariamente de uma grande viagem para dizer que passeou nas férias porque São Paulo tem muito a oferecer nesta época do ano. É só saber aproveitar. 

Ano passado não foi diferente dos últimos 40 anos anteriores, a não ser pela companhia que nos últimos 6 anos tem sido minha tia.  

A data escolhida teve alguns motivos: por ser um domingo e também porque teve uma tarde de autógrafos do livro "Eu sou Ricardo Boechat" dos jornalistas Eduardo Barão e Pablo Fernandez na livraria Martins Fontes. 

A primeira parada do passeio foi no shopping Tatuapé para almoçarmos. As pessoas circulavam pelas ruas normalmente, sem máscara, despreocupadas nos transportes coletivos, à pé ou em carros. 

Casais de mãos dadas, amigos se cumprimentando, todos juntos. Famílias inteiras passeando. Crianças alegres de férias. Era esse  o movimento do shopping nas lojas e na praça de alimentação.  O mesmo acontecia como o movimento da estação do metrô. 

Após almoçarmos, seguimos para a tarde de autógrafos e nos preocupamos apenas com o horário para não chegarmos atrasadas. No caminho para a livraria, tiramos a foto deste presépio do Hospital Santa Catarina que vemos acima. 


Chegando na livraria, uma pequena fila aguardava do lado de fora o início da sessão de autógrafos. Sem o distanciamento social que hoje é necessário, um funcionário controlava a entrada do público enquanto outras pessoas dentro da livraria circulavam normalmente. Consegui ser atendida assim que cheguei. Devo ter levado menos de cinco minutos entre chegar na livraria, entrar, comprar meu exemplar do livro, receber o autógrafo e tirar fotos com os autores. Mas isso só aconteceu porque tanto eu (pcd) e minha tia (maior de 60 anos) exercemos o direito da preferencial na fila após procurar o funcionário que nos auxiliou com zelo e ótima conduta até a hora em que deixamos o local.


Como conseguimos sair mais cedo da livraria, eu quis aproveitar para assistir ao filme Entre Facas e Segredos, estrelado por Daniel Craig e Ana De Armas, filme de espionagem, já que ambos estarão também no próximo filme de James Bond, 007 Sem Tempo Para Morrer (previsão de estreia para Abril de 2021).  






Eu já havia pesquisado um horário e um local mais próximo da Martins Fontes e claro que eu tinha levado dinheiro suficiente para pagar os ingressos.
 Fomos à pé para o Shopping Pátio Paulista porque era bastante perto. Chegamos cedo. Compramos os ingressos sem dificuldades. A fila  devia ter umas dez pessoas no máximo mas eram pessoas que não tinham ido ver o filme sozinhas, todos estavam com alguém junto e isso facilitou um pouco as coisas. 
Esperamos o filme começar descansando em um espaço super charmoso próximo ao cinema. Antes de entrar tirei aquela fotinho junto ao cartaz do filme para postar nas redes sociais e no grupo de whats app dos ouvintes do Bondcast Brasil . 





Depois do filme, aí é que vem o outro momento ímpar do passeio. Uma coisa que nunca tinha acontecido comigo. Acreditem, encontrei o Papai Noel esperando o elevador! 
Chamei a atenção dele dizendo ho ho ho e acabamos tirando uma foto ali mesmo e depois fizemos uma selfie dentro do elevador. Para quem nunca tirou uma foto com o bom velhinho (sem contar pré escola), admito que tive muita sorte, que aproveitei mesmo, sem saber o que estava por vir meses depois.





E hoje, um ano depois, todos esses acontecimentos servem de reflexão para o que estamos passando atualmente. 
Do que sentimos falta realmente?  O quanto é importante estar vivo e bem? Pelo que ser grato? O quanto cada pequeno momento, por mais banal que possa ser, como uma foto com Papai Noel em dezembro ou mesmo uma foto usando um gorrinho de Natal pode se tornar algo tão valioso?
Não vou mentir pra ninguém:
Sim, sinto falta de sair de casa, de ver minha família, de estar nos eventos com meus amigos, de ir nadar no clube, ver minha professora e minhas amigas de lá. Estou cansada de ficar em casa e sair apenas para emergências que surgem para resolver. Mesmo assim, quando saio, é estranho não poder usar um batonzinho porque tenho que sair usando máscara. 
São muitos meses assim. 
E, apesar do cansaço ainda prefiro ficar nessa saudade e preservar não só a mim mas à todas as pessoas do mundo fazendo minha parte como uma formiguinha paciente. Levando minha vida do jeito que é possível, ocupando a mente, cuidando da saúde física, espiritual e emocional em companhia da minha tia e do meu gato de estimação. E sem perder a fé que um dia tudo vai passar com a descoberta de uma ou mais vacinas.
E assim que possível, irei me vacinar, desde que a vacina seja eficaz e comprovada pela ciência porque eu tenho vontade de viver, quero ter outros momentos bons como esses das fotos.
E ainda que alguns momentos nem sejam tão bons, quero a companhia das pessoas que eu amo, quero abraçar e ser abraçada novamente por cada uma delas mas não agora. 
Agora é tempo de nos afastarmos apenas fisicamente e  guardar as pessoas que amamos  no coração, onde elas sempre estiveram, dentro de nós. Para que, no futuro próximo, nos próximos Natais, não só eu mas todos no mundo possamos ter a casa cheia e abraços de sobra. 
Tenhamos fé que tudo vai dar certo. Um Feliz Natal à todos e que 2021 nos traga paz e a cura que tanto esperamos. 








 





Comentários

  1. Patthy, o seu relato me emocionou! Você escreve muito bem, e eu senti como se passeasse ao seu lado. Sobre o momento atual, é realmente muito difícil para todos. A vacina chegou, e isso é ótimo! Beijinhos.

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    1. Minha querida Leti, vc é sempre mais q bem vinda aqui no meu espacinho. Obrigada pelo comentário e o carinho. Em breve, com todos vacinados, poderemos voltar à vida normal fazendo o q gostamos com as pessoas q amamos. Fique à vontade pra voltar aqui e ler o q quiser o qto quiser. A casa é sua. Bjo pra vc e pro Valette.

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