Silvio: Nem ruim nem bom... Apenas um filme pra não pensar muito enquanto assiste

Apenas hoje consegui ver o filme "Silvio."
Sim, aquele do Rodrigo Faro.
Como sempre fiz aqui, vou ser honesta com vocês leitores.
Vi em vídeo e li várias análises do filme e devo dizer que elas não são favoráveis. Apontam vários defeitos que acabaram por comprometer tudo. 
Bem... quando escolho um filme para assistir até leio as críticas ou as vejo em vídeos no YouTube pra sentir como está a "vibe" porém a curiosidade me faz conferir pessoalmente porque quero, correndo o risco de sofrer uma decepção se eu criar expectativas. Resumindo: sou teimosa e ponto. 
Desde que se cogitava a produção de um filme sobre Silvio Santos eu fiquei muito curiosa para ver o resultado afinal de contas, passei muitos domingos assistindo o "Homem do Baú" pela TV durante minha infância e adolescência. Impossível não gostar de um cara que através da TV entrou tantas vezes na minha casa e me divertir, rir e me emocionar e, mais recentemente, sentir a dor de seu embarque para o descanso eterno. 
Com a primícia de quem leu a biografia, assistiu ao musical no teatro duas vezes, assistiu a série e o documentário em streaming mas, sobretudo acompanhou ao vivo pela TV reportagens de um dia que marcou o noticiário vespertino sobre o sequestro do apresentador em transmissões tensas e carregadas de elementos espetaculares eu quero deixar minhas impressões sobre o filme.
Dizem por aí que o filme é péssimo,  o que eu não concordo e vou explicar porque. E de antemão já deixo claro que não gostei da escolha de Rodrigo Faro para o papel principal e achei estranha sua caracterização exagerada demais, maquiagem carregada, rosto bastante envelhecido, chegando a ter aspecto de cansaço, mesmo motivo pelo qual o tom de voz usado por Faro soou como um Silvio Santos "fraco" e rouco, arrastado. Mesmo na cena em que Silvio está apresentando um programa. 
Difícil o público não lembrar que Rodrigo Faro estava na tela. 
Quando o personagem é bem feito, o público tende a esquecer que está vendo uma atuação e que a pessoa que está ali é um ator ou atriz representando e não a pessoa real. E quando eu vi Silvio Santos Um Musical eu cheguei até a ficar na dúvida se quem estava ali era o ator Velson D´Souza ou Silvio Santos de verdade. Mas, voltando a nosso assunto...
O filme começa com uma ação eletrizante da fuga de Fernando Dutra Pinto, o sequestrador que antes de Silvio já havia sequestrado a filha do apresentador, Patrícia Abravanel e a mantido em cativeiro por sete dias. 
A primeira cena mostra o sequestrador já no hotel com o dinheiro do resgate e uma perseguição carregada na adrenalina e na ação,  a fuga cinematográfica dele com direito ao tiroteio que vitimou dois policiais. A campana de jornalistas na porta da casa de Silvio e a invasão. 
Tudo com uma fidelidade absoluta com a realidade daquela época em Agosto de 2001. 
Eu me lembro que assistia algo na minha TV no quarto e minha avó assistia (como fazia diariamente) ao programa Brasil Urgente. 
Abri a porta do meu quarto para ir ao banheiro e passei pela sala. Quando voltei, ouvi qualquer coisa sobre Silvio Santos estar em perigo dentro da própria casa. 
Desliguei minha TV no quarto e fui para a sala onde assisti aquelas imagens totalmente estarrecida. Hoje assistindo ao filme, vi tudo novamente reproduzido ali em cada detalhe. 
A atriz Poliana Aleixo como Patrícia Abravanel parecia melhor caracterizada e mais condizente com a verdadeira Patrícia Abravanel e o ator Johnas Oliva como o sequestrador Fernando Dutra Pinto (pela segunda vez no papel já que ele também participou da série O Rei da TV do streaming Star +) deram conta do recado sem muito  brilhantismo. Fizeram o arroz com feijão. 
Assim como Luciano Bortoluzzi como o então governador de São Paulo Geraldo Alckmin e Duda Mamberti como Manoel de Nóbrega, mas não fizeram grande atuação nem comprometeram. 
Para mim, o melhor ali foi Paulo Gorgulho no papel do Coronel Haroldo que auxiliou nas negociações da liberação de Silvio Santos. 
Houveram muitas falhas pontuais que não permitiam que esse fosse um filme grandioso à altura da popularidade do maior comunicador da TV. 
Assisti ao filme por curiosidade. 
Logo sairá de cartaz, ainda bem que deu tempo de eu ver. 
E não, não me arrependo de ter saído de casa em plena segunda - feira para pegar a sessão do meio dia e cinquenta, pagar meu ingresso e assistir. 
Fica aqui uma lição minha: Não importa o que digam ou o que escrevam sobre alguma coisa que você quer assistir. 
Se está curioso mate a curiosidade. 
Eu também já me arrependi muitas vezes. 
E em outras oportunidades, me surpreendi agradávelmente apesar do que li e ouvi. 
Neste caso, matei a curiosidade.
Não é tão ruim como dizem nem tão bom a ponto de empolgar. É daqueles filmes que você assiste para não pensar muito. 

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