Minhas impressões sobre 007 Sem Tempo Para Morrer - No Time To Die


ATENÇÃO: ESTE TEXTO CONTÉM SPOILLER

 

Os leitores que me acompanham há mais tempo neste espaço devem estar se perguntando porque demorei uma semana para fazer o meu review do novo filme de James Bond, calma que vou explicar ao longo do meu texto. 
Aos leitores que eventualmente chegaram até meu blog, sintam - se em casa, peguem um Martini batido, não mexido, sentem - se,  relaxem e aproveitem a leitura. 
Aos que chegam, criei este blog há quase 20 anos, incentivada por amigos que fiz por causa do espião mais famoso do mundo. 
Escrevo aqui de forma esporádica, por hobby. Este blog não é monetizado. 
Não sou jornalista e esse espaço (que antes teve outro endereço que os mais veteranos se lembrarão) foi feito inspirado em James Bond, homenageando principalmente o fato dele ter surgido primeiro nos livros escritos com os teclados da máquina de escrever de seu criador, Ian Fleming porém Bond não é o único assunto por aqui. 
Isto posto, vamos ao que interessa. 
Esta frase é sua última chance de sair do blog se ainda não assistiu ao filme e não quer saber o que acontece.
Depois de assistir, você é convidado (a) a voltar para ler o resto do texto, já sabe o caminho. Seu lugar está reservado. É só chegar, até logo.
....
Sou fã de James Bond desde 1981, tinha seis anos de idade. 
O primeiro filme de todos que assisti ainda na TV  foi Com 007 Viva e Deixe Morrer (Live and Let Die), na Sessão da Tarde da Globo, por curiosidade, depois de ler o título no jornal que estava na barbearia do meu saudoso avô. 
Meu primeiro filme no cinema foi 007 Permissão Para Matar (Licence To Kill). 
Como não tinha contato com outros fãs, não existia internet para eu procurar informações por conta própria e na família cinema não é um assunto recorrente, eu só via filmes na TV quando passava. 
A era Brosnan "passou em branco" no cinema para mim, uma pena, uma verdadeira lástima não ter assistido a esses filmes no cinema, a não ser o último, 007 Um Novo Dia Para Morrer (Die Another Day).
Com a internet chegando em minha casa e depois de assistir ao Neurônio MTV no dia 17/12/2002 isso mudou. 
Entrei para a extinta Comunidade 007 Brasil, conheci outros fãs. 
Fiz amigos e, mais que isso, descobri "irmãos de alma" que adotei com amor. 
Finalmente eu tinha com quem falar sobre um dos meus personagens preferidos do cinema. 
O resto da história vocês já sabem. 
Depois dessa mini biografia, vamos aos finalmentes, como diria Odorico Paraguassú.
Senti um misto de emoções: ver um filme de 007 depois de tanto tempo de espera, um filme que marca o final de um ciclo que acompanhei por inteiro em todas as etapas, sair de casa para fazer um passeio (sem contar visitas a familiares) depois de dois anos isolada e somente após as duas doses de vacina. Pela primeira vez encontrar pessoas fora do meu ambiente familiar, primeira vez em um shopping, enfim... 
Lágrimas já vieram lentamente só de ver uma sala de cinema outra vez, uma tela ainda desligada, devo dizer. Tudo era uma "grande novidade". 
Eu nunca imaginei sofrer tamanho impacto num filme de James Bond. 
Ainda bem que assisti esse filme com as pessoas certas, do jeito certo. 
Foi Deus que preparou esse dia para que (quase) nada falhasse.
Cenas de ação de tirar seu fôlego, armas, mulheres, drinques, ambientes sofisticados, lugares paradisíacos, entre eles, Goldeneye, a casa de Ian Fleming na Jamaica onde 007 foi criado.  
E claro, ele, Bond...James Bond.
Daniel Craig no seu ápice. Irretocável. Digno de se comemorar os 60 anos da franquia (que se completam em 05 de Outubro do ano que vem)
Lugares paradisíacos, cheios de "fan service" e inúmeras referências aos filmes anteriores feitas seja por objetos, frases soltas, fotos, trilhas sonoras... 
Me acostumei a ouvir a música tema gravada por Billie Ellish, soa por vezes enjoadinha, por vezes gostosa aos ouvidos mas é "escutável". Pode ser que com o passar do tempo fique boa. 
Um alto grau de ousadia por conta de algumas modernidades que ainda não tinham sido testadas pela franquia. 
Os filmes de 007 ao longo dos anos foram se adaptando a cada época, a cada ano e se permitindo inovar também na linguagem visual, trocando o ator de tempos em tempos. 
Mas, depois de 007 A Serviço Secreto de Sua Majestade (On Her Majesty Secret Service), de 1969 que mostrou James Bond se casando e depois tendo a esposa assassinada pela SPECTRE, nenhum outro ousou tanto.
Até agora...
Para começar, a atriz Lashana Lynch, uma bela afrodescendente vem no papel de Nomi, portando a insígnia 007, para dar ao público o que muitos jornalistas e ativistas de causas da minoria queriam: uma "Bond mulher" e um "Bond afro" ao mesmo tempo. Esquecem - se que 007 não é o nome próprio do agente secreto e nem James Bond é um cargo no MI - 6. 
Pronto, primeira etapa das exigências do novo tempo em que vivemos cumprida. E bem cumprida. 
Lashana com sua postura surpreendentemente independente rouba a cena. Bate de frente e, por vezes ela supera Bond. Uma piada sutil, 00 o que?, retratando o mais puro humor britânico que conduz boa parte do filme.
Ana De Armas como Paloma, a outra Bond girl, numa aparição relâmpago apenas para mostrar seu  vestido com fenda dupla e um decote profundamente ousado em cena de luta. E maravilhosas joias também.
Fred Mercury (ops, Rami Maleck) no papel de Safin, o misterioso vilão que tem um passado com Madeleine Swan que agora é esposa de Bond e mãe de Matilde, a menininha que tem um Duh Duh de pelúcia (polvo que faz referência à SPECTRE). 
Taí a família feliz de comercial de margarina. 
Para mim uma mera alegoria que era necessária para fechar o arco. 
Bond perdoando Vesper depois de cinco anos lendo um bilhete e indo ao túmulo. Outra alegoria necessária para encerrar uma era. Outra referência para quem se ligou.
E o jardim envenenado de Safin, uma adaptação inédita de uma cena do livro Com 007 Só se Vive Duas Vezes, um dos últimos de Fleming. 
Agora vem a cereja do bolo pra você: Depois da morte do eterno parceiro da CIA, Felix Leiter, exterminar toda a SPECTRE, incluindo Blofeld para acabar as suas vinganças pessoais e escapar da morte em segundos ao longo de 25 filmes, James Bond, contaminado pelo veneno do jardim de Safin, é finalmente atingido por uma bomba e... MORRE!
Doeu muito, chorei. Ainda tinha esperanças de que ele viveria. 
Mas, duas cenas me fizeram paralisar chocada com lágrimas nos olhos e um choro doído: A alta cúpula do MI - 6 erguendo um brinde à Bond, um gesto tradicional entre os ingleses 
E na cena final, Matilde no Aston Martin, agarrada a seu inseparável Duh Duh, ouve a mãe contar histórias sobre um tal James Bond. 
James Bond Voltará (James Bond Will Return), mas como? 
Se ele só seguiu um dos conselhos do velho Q: "Não os deixe te ver sangrando" porque o outro, ele ignorou pois não tinha um plano de fuga. E se tinha, falhou. 
Só espero que isso não continue no próximo filme. Quero que tudo volte aos eixos não importa de que maneira. Até lá: 007 Sem Tempo Para Morrer é ótimo filme com um péssimo final.

Ao James. 
Eu retornarei.











Comentários

  1. Curti seu post, só não concordei com o final do texto. É na verdade o melhor desfecho (e muito emocional) de toda a franquia.

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    1. Obrigada pela visita e a leitura. E tb por discordar. Aqui embora não seja um ambiente imparcial, é um espaço democrático.

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