Todos Contra o Coronavírus - Primeira sessão de cinema com os amigos





AVISO: ESTE TEXTO É TOTALMENTE LIVRE DE SPOILLERS DO FILME




Sábado passado foi um dia muito especial para mim, um momento pelo qual aguardei ansiosa nesses últimos dois anos. 

De todos os passeios que eu fiz e que foram bruscamente interrompidos pela pandemia, este era o passeio que eu mais queria voltar a fazer: ir ao cinema.
Para esse momento chegar, enfrentei meu medo de agulha, me isolei, não recebi visita da família nem fui visitar ninguém. 
Depois de receber as duas doses da vacina, aos poucos fui voltando à minha rotina normal. 
Já fiz minhas primeiras visitas para três de minhas cinco tias. 
Mas o que eu queria muito e que parecia inatingível era ver o novo filme de James Bond, 007 Sem Tempo Para Morrer, que depois de três adiamentos por conta da pandemia, estreou dia 30 de Setembro.
Queria também reencontrar meus amigos para compartilhamos esse momento juntos
Eles também aguardavam ansiosos pelo filme e pelo nosso reencontro, mesmo que durante todo esse tempo continuávamos conversando diariamente pela internet e por nosso grupo do whats app. 
Vez ou outra também assisti lives não só para me informar como também para vê - los nem que fosse por vídeo. 
Eu já tinha decidido que iria ao cinema daqui a duas semas.
Mal sabia eu que teria uma surpresa preparada por eles. 
Na terça - feira passada recebi uma mensagem de um amigo me perguntando se eu poderia assistir ao filme no sábado seguinte. 
Aí ele me convidou para irmos, minha tia e eu, por conta dele para uma sessão exclusiva para nosso grupo no shoping Parque da Cidade. 
Conversei com minha tia e aceitei o convite. Fiquei extremamente emocionada, não sabia se falava, se chorava, tremia muito. 
Mal conseguia permanecer em pé. Contei para a família inteira. Todos já estavam felizes porque eu tinha recomeçado a sair. E depois dessa notícia, ficaram ainda mais felizes porque eu finalmente ia ver 007 no cinema novamente. Encerrar o ciclo de um tempo que vi começar e estava prestes a ver terminar e também recomeçar minha vida social do mesmo ponto em que parei, num shoping, no cinema. 
Custou dormir aquela noite, só eu sei. Não posso dizer que dormi. Digo que fui vencida pelo cansaço. porque a verdade é essa. 



E veio o sábado. Enquanto eu me arrumava para sair, na minha cabeça o filme era outro. Era um filme de minha própria vida passando diante de mim. Que veio lá de trás. De quando minha saudosa mãe me levou ao Cine Santana para ver o filme do ET. E de tantos passeios e tantos filmes vistos nas telonas. 
Reencontrar os amigos foi um momento maravilhoso. Por trás de nossas máscaras sentíamos uns o sorriso dos outros. O mesmo carinho, a mesma cumplicidade, o mesmo jeitinho nosso. Ganhei presentes também que estavam guardados para mim. Coisas muito simples mas que tinham tudo a ver conosco. 
Entramos no cinema, fizemos dele nossa casa. 
Conversas, cumprimentos, brincadeiras que só nós entendíamos. Nosso pequeno mundo, nosso mundo à parte, nosso escape da realidade do mundo fora daquele lugar. Como antes nos tempos em que fazíamos eventos. 
Quando o filme começou, lágrimas escorreram dos meus olhos apenas com o leão da MGM rugindo na tela seguido do logo da Universal Pictures além da Gun Barrell com o James Bond Theme tocando. 





Era real, eu estava numa sala de cinema com pessoas queridas, assistindo um dos personagens favoritos. E tinha que ser Bond, não poderia ser outro. E tinha que ser com essas pessoas.
Foram quase três horas de filme. Três horas que pareciam três segundos. Passaram rápido. 
Um dos presentes cantou (ou tentou) a plenos pulmões o tema de abertura. Desafinado, coitado. 
Eu também cantei mas acompanhando o tom da música, sempre faço isso. Mas longe de ser afinada ou coisa parecida. Eu apenas procuro não estragar a música (risos). 
Depois que acabou, ainda impactados com o final (que não cabe aqui dizer), aplaudimos e gritamos de alegria. E, ao sair do cinema, as tradicionais fotinhos e mais conversas comentando sobre o filme.
Chegada a hora de voltar para casa, o mesmo amigo que me convidou, chamou um Uber para minha tia e eu voltarmos com todo conforto. 
Tem coisas na vida da gente que estão reservadas para que aconteçam numa ocasião especial e compartilhadas com pessoas escolhidas para estarem ali e serem parte daquilo. 
E nós temos todo o tempo do mundo para agradecermos a Deus por poder viver cada instante de um momentos como esse ao lado dos que amamos. 






PS: Texto dedicado aos amigos de Bondcast Brasil, à minha tia Judite e ao querido amigo Sergio Vasconcelos.

Comentários