Bondgirlpatthy 007: 18 anos de uma História que segue sendo escrita


 Olá queridos leitores e amigos, hoje eu gostaria de compartilhar uma coisa muito especial com vocês como forma de carinho em retribuição a tudo que recebi por aqui desde que comecei a escrever neste espaço. 
Senti em meu coração que lhes devia isso há muito tempo.
E, longe de ser genial como os grandes escritores que admiro e leio, hoje veio do nada, a inspiração necessária para "pagar essa dívida". 
Vou lhes contar a história do meu blog. 
Eu sempre gostei muito de ler e escrever, desde criança. De dar vasão à imaginação misturada a meus sentimentos através da escrita. 
Na escola, diferentemente dos meus colegas, desde cedo sempre gostei da aula de português.
Nunca fui uma aluna nota 10 mas meus professores sempre admiravam meu jeito de escrever quase de forma impecável e sem erros de ortografia ao fazer minhas lições. 
E o que mais eu amava era quando a professora passava redação. Isso tinha os dois lados: o bom e o ruim, como tudo na vida. 
O lado bom era que em cima do tema proposto (que não era nada complicado pois variavam do "minhas férias" a temas de interpretação de textos ou relatos de alguma coisa que queriam propor para exercitar a escrita e a linguagem) eu poderia desenvolver textos, escrever, explorar um dom natural e expressar livremente meus pensamentos. Deixar que quem lesse compartilhasse de meus sentimentos.
E o lado ruim era a professora sempre impondo limites como número de palavras, linhas, parágrafos, onde você era podado em sua criatividade e obrigado muitas vezes a resumir um pensamento para tudo se enquadrar nas regras quando estava inspirado como estou agora ou ser obrigado a escrever mais naqueles dias em que a inspiração não vêm e não há "santo que dê jeito" mas exigem  que você escreva mais. 
Quantas vezes sofri com isso, ao ponto de me decepcionar e ficar chateada. 
Para mim não devia nunca haver limites ou regras, ficar contando palavrinha e letrinha nem escrever sem ter ideia porém entendo que isso é parte do aprendizado escolar e depois de você se esforçar tanto "para agradar" ter de receber a análise fria de um professor que muitas vezes ganha mal para ensinar acaba desestimulando ou não encorajando um aluno que se destaque dos demais por habilidades que ele tem. 
Mas há exceções, como uma professora que tive no final do ensino fundamental. Ela propôs participarmos de um concurso de redação entre países de língua portuguesa pelo mundo todo exclusivamente para escolas públicas. 
Quando o concurso foi apresentado pela professora na minha classe, fui a única que pegou a folha e escreveu a redação. Era para ser feito em casa e entregue para a diretora da escola que encaminharia tudo  por malote próprio. 
A professora não teria acesso, ainda mais que ela seria uma das juradas. 
Fazia parte das regras do concurso  os alunos não serem identificados num primeiro momento. 
O fato é que uma semana depois de entregar a redação, a professora me chamou num canto e me parabenizou pela coragem pois fui uma das poucas pessoas a participar na minha escola. 
A professora só descobriu que o texto era meu no momento de julgar. O nome dos autores era um segredo até a abertura do envelope com as fichas de inscrição. Não colocávamos nome no texto. Só na ficha que depois era aberta. 
O envelope com o texto continha apenas o nome da escola. Dentro dele a redação e num outro envelope, a ficha com os dados do aluno que era aberto depois do texto ser avaliado de forma anônima.
Acabei ficando pelo caminho mas receber um estímulo da escola ao menos uma vez na vida sem ser questionada por escrever muito foi melhor do que receber qualquer prêmio. 
Não lembro quem venceu nem o prêmio mas o reconhecimento eu guardo na memória para sempre.
Pedi para minha mãe comprar uma máquina de escrever. Achava tão lindo as moças bem arrumadas batendo à máquina nas novelas e filmes. O barulho das teclas era gostoso de ouvir. 
Gostava de ver minha tia datilografando quando ia com ela pra ver ela trabalhar. 
Era interessante. Parecia as secretárias das novelas e filmes.
Na minha máquina de escrever, uma Olivetti amarela, escrevia muitos textos. Eles se perderam já mas a máquina eu guardo ainda.





Escrevendo nela, não haviam limites. Só eu, minha mente e minha Olivetti amarela. Eu me realizava, Me expressava com facilidade, compensava a monotonia da escola.
Minha tia me ensinou as regras de datilografia porém eu nunca aprendi.
Ela dizia que admirava o fato de mesmo sem cumprir as regras eu jamais errava uma palavra que fosse. Batia a máquina da mesma forma que digito: apenas com o indicador da mão direita e meus textos saíam impecáveis.
Passados alguns anos, a era digital entrou na minha vida. Fazia textos no computador e salvava em disquetes.
Com a chegada da internet em minha casa em meados de 1999 nem sabia da existência dos blogs. Desconhecia totalmente.  
Até que no fim de 2002 entrei para a extinta Comunidade 007 Brasil, um fã clube virtual para fãs de James Bond.
Nos primeiros dias participei de um concurso de textos sobre os 40 anos de 007 no cinema. Ganhei em primeiro lugar. O prêmio foi uma camiseta. Quem julgou o concurso foi um dos fundadores do fã clube e ele me disse que me escolheu pela escrita sem erros de ortografia. 
Hoje esta turma é minha turma de amigos. 
Várias dessas pessoas leram o texto vencedor pois ele foi publicado no site. E fui incentivada a criar um blog. 
Como ainda era muito novata na internet, não fazia ideia do que era um blog. 
Me disseram que blog era um espaço na internet para escrevermos textos, expor ideias e até publicar nosso dia a dia com textos e fotos.  Resumindo: um diário virtual onde todos podem ler e comentar. 
Eu adorei a ideia. De certa forma, era tudo que eu queria. Um lugar para me expressar, mas longe de fazer disso uma profissão. Escrevo por prazer. Para me sentir bem. 
Criei o Blog Bondgirlpatthy, primeiro num endereço hospedado pela Uol (www.bondgirlpatthy.zip.net)
Este endereço permaneceu no ar até Fevereiro de 2007, quando resolvi mudar para uma plataforma melhor, o Blogger do Google. 
O blog todo feito e planejado como homenagem ao 007 dos livros que eu estava conhecendo e ao estilo Ian Fleming de literatura. Sem a heresia de me comparar. 
Engana - se quem pensa que meu blog só tem coisas de James Bond. Claro que não é só isso, apesar de as referências a esse personagem estarem presentes e serem a essência do blog.
Aqui escrevo sobre tudo que tenho vontade de escrever, aquilo que meu coração pede para escrever. 
Textos alegres, tristes, divertidos, sérios, ficcionais e reais na maioria das vezes. Resenhas de livros ou filmes, homenagens a pessoas queridas sejam famosas ou anônimas, assuntos curiosos que gosto de dividir com vocês e claro, Bond não pode faltar. 
E, nesses tempos de pandemia,  criei a série "Todos Contra o Coronavírus" que é um relato pessoal de cada experiência vivida por mim misturada com um pouco de informação que quis deixar registrado aqui, mesmo que de maneira simplória.
A maior audiência do meu blog até hoje é um texto que fiz como presente de formatura para meu  amigo Marketto onde conto sua trajetória como fã de James Bond e como isso o inspirou e o fez sonhar e realizar seus sonhos. Foram 4 meses para tudo ficar pronto e o resultado incomum para uma blogueira anônima: impressionantes 150 visitas simultâneas em um único dia. Ele faz parte da coletânea de textos "Meu nome é Bond...James Bond" sobre os livros e filmes de James Bond como um dos dois capítulos especiais. Uma série de sucesso até hoje, até porque, a maior parte dos meus leitores é formada por meus amigos fãs de 007 que faziam parte da Comunidade 007 Brasil. 
Outra coisa curiosa aconteceu em 2012, na Bienal do livro. Conheci um dos meus leitores que não fazia parte do meu ciclo de amizades.
Foi um espanto saber que o marido da dubladora Cecília Lemes, Luiz Bortolli,  era meu leitor e até aquela data nunca tivemos nenhum contato. 
Hoje sou amiga do casal, além de fã de ambos. É incrível isso. Realmente eu não esperava tamanho reconhecimento. 
Não pensem vocês no entanto que as surpresas pararam por aí. 
Sabe quando você tem plena certeza de que que já aconteceu de tudo e vem a vida te surpreender ainda mais?
Pois é... Acreditem se quiser.  A vida me preparou uma daquelas coisas que poderemos considerar inimagináveis.
No dia 12 de Novembro de 2019, o jornalista Roberto Cabrini lançou seu livro, No Rastro da Notícia.
Estive presente na badalada noite de autógrafos, pois sou fã do Cabrini e tinha vontade de conhecê - lo pessoalmente.
Escrevi neste blog sobre a noite de lançamento e depois de ler todo o livro fiz uma resenha. Mandei todos os links dos textos no direct do Instagram do Cabrini. 
A surpresa é que ele leu meu texto e enviou uma mensagem agradecendo conforme vocês podem ver nesta foto. 




Receber o aval e um elogio por um texto meu, ainda mais vindo de um jornalista premiado, dono de um texto irretocável, saber que eu o emocionei com minhas palavras tão amadoras e simples é algo que me envaideceu mas que, ao mesmo tempo, me impõe a responsabilidade de oferecer aos meus leitores um texto sincero e de qualidade.
Esta é a história do meu blog e espero continuar escrevendo novos capítulos para dividir um pouco de tudo que gosto e tudo que sou com cada um de vocês. Muito obrigada por tudo. E que venham os próximos anos. 





Comentários

  1. Obrigado por compartilhar tão linda história Paty.👏🏼👏🏼👏🏼😘😘😘

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    1. Q bom. Q gostou. Obrigada pelo apoio e pela leitura. Volte sempre que quiser.

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