Barbie: Parece um filme de boneca para meninas mas não é bem isso...



AVISO IMPORTANTE: Esse texto é apenas mais um dos muitos comentários  que foram postados na internet. Ele não faz militância a favor nem contra nenhum gênero. Trata - se de meu ponto de vista e percepções sobre o filme da boneca mais popular do mundo. 

Desde o começo dos tempos, meninas de todo o mundo, de todos os credos, de todas as classes sociais e países de origem brincaram de bonecas e soltavam sua imaginação idealizando um mumdo perfeito.  

Por muitos anos, a brincadeira era meio que igual: brincando de casinha. Fazendo comida de mentirinha com temperos imaginários, sendo mamães de bonecas em formato de bebê, como se ensaiassem a vida que teriam quando se tornassem adultas e tudo deixasse de ser brincadeira para ser de verdade. 

Isso mudou em 1956 quando Ruth Handler e seu marido Eliot Handler, donos de uma fábrica de brinquedos nos Estados Unidos, a Mattel, viajaram para a Alemanha em família e lá compraram uma boneca muito diferente dos costumeiros bebês para presentear a filha. 

A boneca Bild Lilli, criada pelo designer Reinhard Beuthien. 

Lilli não era um bebê mas uma boneca com cara de adulto, roupas de adulto e padrão de beleza tipo Miss (praticamente inatingível para nós meras mortais). 

A partir desse dia, Ruth passou a observar a filha Barbara que brincava com muito entusiasmo e parecia se identificar com seu novo brinquedo, semelhante às bonecas feitas de papel que para ela eram mais interessantes. 

Foi assim que o casal criou aquela que revolucionaria o mundo cor de rosa. Surgia Barbie, diminutivo do nome de  Barbara Handler, dado como homenagem para a menina. Ela foi lançada pela Mattel numa feira de brinquedos dos Estados Unidos em 9 de Março de 1959. 

Era um modelo simples que lembrava um pouco as feições da boneca alemã. 

Usando maiô branco com listras horizontais pretas, óculos de sol, tamancos pretos nos pés, de unhas esmaltadas e um lindo penteado, a Barbie prometia mudar definitivamente a visão que o mundo tinha da mulher. 

Através daquela boneca simples começava uma conexão entre a menina e sua Barbie. Suas roupas e seu jeito nem um pouco convencionais inspiraram o mundo feminino pois as meninas sentiam que poderiam fazer a diferença no futuro, romper costumes arcaicos sem descuidar da beleza e do encantamento. Se fazendo ouvidas e notadas por outras qualidades mais importantes do que uma bela aparência.

Quando eu falo que este filme não é um filme sobre um brinquedo famoso para meninas eu sei do que falo porque já vi o filme. 

Logo na primeira cena isso já fica claro. 

E conforme vamos avançando pela estória, vamos percebendo mensagens que reconectam a menina, neste caso a mulher, que um dia começou a brincar com sua Barbie (aqui, cada uma lembre da sua boneca) começa a "reavaliar a percepção de mundo".

A fronteira entre um mundo fictício, a Barbieland e o nosso mundo real não parece tão encantador se você enxergar as entrelinhas sutis que vão conduzindo tudo. 

Onde tudo começa quando uma adulta triste no mundo real começa a pensar no passado e isso afeta não só ela mesma mas também o mundo encantado da Barbieland 

E o contraponto, o namorado da Barbie, Ken, que é esquecido, deixado de lado à margem. 

Aliás, Ken é o diminutivo para Kenneth. Kenneth Handler é filho do casal que criou a Barbie. Não se ouve falar muito dele. 

Na vida real humana  Barbie e Ken são irmãos! Quem aqui pensou nisso antes desse filme existir? Estou surpresa, confesso. 

Continuando: Em Barbieland, as mulheres trabalham em todas as profissões, inclusive as mais "masculinizadas" e os homens só existem quando estão ao lado delas. 

No filme, isso é mostrado de forma brilhante pelo texto dos roteiristas Greta Gerwig e Noah Baumbach com excelentes sacadas, situações de duplo sentido e a atuação de Margot Robie e Ryan Gosling nos papéis principais. 

E essa grande brincadeira vai ficando divertida quando começam a acontecer coisas estranhas em Barbieland e tudo se inverte. 

Ao mesmo tempo fica reflexivo e vemos a tentativa de "arrumar a bagunça" com uma pitada de comédia só pra facilitar e deixar leve. 

É aí que percebemos a verdadeira mensagem do filme: o ser humano deve trabalhar junto por um mundo melhor, sem essa de diferença de gênero. Todos podem cooperar sem querer provar que é melhor do que o outro ou outra. 

Não é um filme anti - homem como algumas pessoas interpretam. É um filme que nos mostra que antes de sermos seres de gêneros diferentes somos seres humanos e se realmente quisermos, juntos podemos mudar o mundo. 


Comentários

  1. Amei seu texto! Barbie é sobre crescer e deixar de ser criança, mas lembrar que sempre podemos revisitar nossa infância.

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    1. Adorei sua visita, volte sempre q quiser. A Barbie é uma delicada conexão conosco mesma e nossas melhores lembranças. Vc foi perfeita. Bjinho

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