Pássaros Feridos: Uma viagem por três gerações e um grande amor
Em 1985, aos dez anos, assisti pela primeira vez a série Pássaros Feridos que passava no SBT, sempre depois da novela Roque Santeiro da Rede Globo.
Era inacreditável mas era verdade: Silvio Santos estava sempre de olho controlando o horário para pôr no ar a série só depois que a emissora concorrente encerrasse o capítulo da novela pois ele sabia que no mesmo instante em que a novela acabasse, o público mudaria de canal para acompanhar sua nova série.
Naquela época, ele era um estrategista imbatível que sabia o que fazer para “bombar” sua audiência. E funcionava, a ponto de incomodar os concorrentes.
Na verdade, o que fascina na série Pássaros Feridos é que seu enredo é exótico, diria até que curioso porque era diferente de qualquer trama existente nos filmes e séries americanos.
Pássaros Feridos conta o romance impossível entre Meggie Cleary (Rachel Ward) e Ralph de Bricassart (Richard Chamberlain) o padre de sua família. Essa estória tem como cenário Drogheda, uma enorme fazenda de criação de carneiros, de propriedade da autocrática viúva sem filhos, Mary Carson.
Drogheda era o cenário perfeito para contar a estória de três gerações de uma família e seus conflitos.
Baseada no romance homônimo da escritora australiana Colleen McCullough, tinha quatro capítulos.
Assisti à quase todas as exibições da série, com exceção da exibição da Rede Brasil de Televisão porque nunca me lembrava o horário.
No ano passado, o SBT passou novamente Pássaros Feridos mas a série infelizmente fracassou na audiência com sua edição restaurada e remasterizada para a tecnologia moderna.
Sempre fui fascinada por aquela trama, aqueles personagens, por Drogheda, pelos atores. Pela trilha de Henry Mancini, o mesmo da Pantera Cor de Rosa que eu também gostava e que passava antes de “Pássaros” para esperar a novela terminar na outra emissora na época da primeira exibição. Surgiu uma curiosidade de saber como era a estória do livro, se haviam coisas que não eram tratadas na série da TV ou uma espécie de continuação. Porém eu nunca procurei o livro.
Pensava que esse livro só existia em inglês e que era vendido apenas na Austrália. Este ano, no mês de março, pouco tempo antes do comércio fechar devido à pandemia do Covid 19 que assolou o planeta, fui com minha tia ao Sebo do Messias. Estava quase vindo embora quando lembrei de perguntar do livro Pássaros Feridos.
Por sorte, tinha o livro. Comprei por R$ 5,00. Fiquei feliz porque minha busca tinha terminado.
Só não comecei a ler imediatamente porque estava lendo outro livro.
Assim que comecei a ler, foi como reencontrar com personagens tão fascinantes e únicos. estória bem mais completa, mostra a vida de cada personagem, em especial destaque para Meggie, Ralph, Pady, Dane e Justine.
Eles dividem o livro em partes onde a sua estória se torna destaque central, se cruzando com as demais numa trama perfeita.
Cada linha vale a pena ser saboreada, não apenas lida. E mais de uma vez. Pretendo reler esse livro várias vezes ainda.
É uma trama linda, sensível e que em cada página vamos nos envolvendo com os acontecimentos e pessoas. Por mais longo que seja o livro, de ritmo lento, ele é melhor que a série.
E por mais pausas de leituras que façamos é impossível abandonar por completo.
Queremos ler, ler e ler talvez na esperança de tentar mudar o destino e amenizar os sofrimentos de Meggie e ajudá - la a ser feliz.
Uma estória de amor que nos prova que o tempo pode passar, por mais que acontecimentos impeçam o final feliz, o livro nos mostra que quando o sentimento é verdadeiro, ele se transforma e nos dá forças para tentar recomeçar.
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