Uma estória que o tempo não apagou
"Existia uma terra
de cavalheiros e campos de algodão chamada "O Velho Sul". Neste mundo
bonito, galanteria era a última palavra. Foi o último lugar que se viu
cavalheiros e damas refinadas, senhores e escravos. Procure-a apenas em livros,
pois hoje não é mais que um sonho. Uma civilização que o vento levou!"
Assim começa o maior filme de todos os tempos,
baseado no único livro de Margareth Mitchell, jovem jornalista de Atlanta,
Georgia -EUA. Uma estória que retrata a época da Guerra Civil Americana
e da plantação de algodão que levou dez anos para ser escrita.
Da mesma forma que aconteceu com o livro, o filme também demorou
para ser feito. A escolha para o papel de Scarlet foi o fator que causou esse
atraso.
Testes foram feitos
exaustivamente entre 1400 candidatas.
A jovem
atriz Vivien Leigh, nascida na Índia e estava ao lado do marido, o também ator
Lawrence Olivier a passeio em Hollywood quando foi vista pelos produtores do
filme e convidada a fazer o teste para ser a maior personagem feminina de todos
os tempos. Diz a lenda que Margareth Mitchell, autora do livro, chamou Vivien
de "Scarlett" quando ambas foram apresentadas formalmente ainda sem a
escolha ser feita.
Sempre assisti ao filme até a cena do baile para arrecadar fundos para os Confederados onde ela dança lindamente com Rhett Butler uma típica dança sulista. Rhett é bastante atrevido e enquanto dança faz insinuações sobre o comportamento de Scarlett.
Até 1995 nunca vi como
terminava o filme pois ficava com muito sono. Mas naquele ano, me decidi a
gravar o filme em VHS e assistir até o fim. Dito e feito. Hoje sei como tudo
termina.
Aqui cabe um spoiller, embora duvide muito que alguém nunca tenha visto este filme ou ouvido falar dele, principalmente se tiver mais de 30 anos: Há uma cena na fazenda de Ashley Wilkies, antes da guerra em que Scarlett está na escadaria e surgem os três homens de sua vida: Charles Hamilton, Frank Kennedy e Rhett Butler. Charles e Frank falam com ela. E no fim da grande escadaria está Rhett, que não diz nada com palavras mas lança um olhar que a invade dos pés à cabeça e sorri atrevido.
Na minha opinião, o
sorriso mais encantador do cinema que também dá asas à imaginação de mulheres
por todo o mundo, até hoje. Eu tremo por dentro cada vez que vejo.
Esta é a
"deixa" para que a estória da Senhorita O ´Hara comece de fato a se
desenvolver e o público mal percebe, pois tudo se encaixa de maneira muito
discreta. Basta guardar a cena em mente e observar mais para frente o
desenrolar de tudo.
A estreia do filme
aconteceu dia 16 de Dezembro de 1939 em Atlanta - Geórgia - EUA. O cinema recebeu um grande público e ainda
contou com a presença dos astros principais, Clark Gable (Rhett) e Vivien Leigh
(Scarlett). Houve histeria coletiva e desmaios femininos aos montes
justificados principalmente pela beleza de Gable.
Atualmente quatro pessoas
que fizeram parte dele ainda vivem. Entre eles, Olívia de Havelland,a doce
Melanie Wilkies. É a única do elenco principal´. Ela vive em Paris e tem 98
anos.
Lá, recebi uma das homenagens
mais bonitas que alguém poderia receber. Ao invés do parabéns, a orquestra
tocou o "Tema de Tara", um dos mais belos temas de filme de todos os
tempos composto por Max Steiner. E ainda escreveu uma mensagem em um exemplar
do livro E o Vento Levou que para mim tem o mesmo valor de um autógrafo da
própria Vivien Leigh.
E hoje, 75 anos depois, essa estória continua viva no imaginário de todos. Basta uma cena ou um acorde da canção para sermos "transportados" para uma estória que nem mesmo o tempo apagou. E cada vez que fizermos essa viagem sempre será um outro dia!
Dedicado à memória de Margareth Mitchell e às memórias de
todos aqueles que fazem parte de uma obra épica. E também aos amigos Beth Barreto e Eder Pontes, os
maiores fãs desse filme que eu conheço.
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