Meu nome é Bond...James Bond - Capítulo 9 - Chantagem Atômica (1961)


Estou de volta para o nono capítulo da nossa série sobre livros/filmes de 007. Andei ausente de escrever porque atrasei outras leituras que nada tinham a ver com James Bond.
Nunca prometi que seria uma série com uma data certinha para escrever, apenas continuaria cumprindo o ritual de ler o livro, ver o filme e postar.
Como diz um querido amigo, também fã de 007 e que certamente está lendo os posts (estou me referindo à você mesmo Serginho, se não leu nenhum, vai ler que você vai gostar), isto posto, sem mais delongas, vamos ao nosso assunto de hoje, Chantagem Atômica.
É importante lembrar mais uma vez que devemos considerar o fato que a obra de Ian Fleming foi escrita num tempo em que muita coisa era permitida nas estorias e também na vida real. Aliás, não só 007 mas qualquer obra, seja literária, filme, música, é feita de acordo com a data em que é elaborada não tem a obrigação de ser mudada conforme vai passando o tempo. 
A trama do livro traz à tona as bombas atômicas e também a fragilidade humana de Bond. Seu relatório médico enviado à M aponta que 007 está bem fisicamente porém seus vícios como fumo e bebida em excesso vão prejudicar muito sua saúde.
Diante disso o chefe ordena que Bond tire uma licença para se internar. Contra a própria vontade, 007 é enviado a uma estação de tratamento naturista chamada Sbrublands. Lá é submetido a um regime rigoroso e também afastado de seus vícios. Segundo opinião de M, Bond não poderia estar em melhores mãos, o Dr. Wein é especialista nesse tipo de terapia e também sob os cuidados da bela enfermeira Patrícia (nome mais adequado para uma Bond girl não poderia haver)  Fenning
Nos primeiros dias, 007 vive a rotina tranquila de seu tratamento mas isso não dura muito. Essa rotina é quebrada quando Bond encontra um rival, Conde Lippe, um playboy milionário que está na mesma clínica e disputa com ele as atenções e carinhos da enfermeira.
Bond está deitado e amarrado de bruços em uma mesa de tração motorizada e Lipe quase o estrangula. Como vingança, Bond aumenta a temperatura do banho turco de Lipe e quase o cozinha vivo durante o procedimento. Como resultado, o milionário é transferido a um hospital com queimaduras de segundo grau.
Lippe não é apenas um milionário. Ele também é membro da SPECTRE, que se prepara para roubar bombas atômicas e chantagear nações em troca de 100 milhões de Libras. Caso o dinheiro não fosse pago, as bombas seriam explodidas na base da Grande Bahama e em Miami.
Lippe falha na missão e é executado por ordem de Blofeld.
Após algum tempo, o roubo das bombas é concretizado pela SPECTRE através do aviador Giuseppe Petrachi quedesvia um avião da OTAN para Nassau. Depois ele também é morto por quatro homens que escondem seu avião no mar.
As ogivas nucleares no entanto são entregues ao cientista alemão Kotze (não Kontze, só me faltava essa - risos) também aliado de Blofeld.
Em Nassau, Bond reencontra seu velho parceiro Felix Leiter, agente da CIA. Juntos, eles descobrem um grupo de milionários excêntricos, entre eles está Emílio Largo.
Daí para frente, o que vemos são muitas cenas de embate no mar, principalmente no iate Disco Volante que navega por paisagens com vários recifes de corais, uma das paisagens favoritas de Ian Fleming, que gostava de mergulhar para apreciar as criaturas marinhas.
No filme a fidelidade com a estória é muito grande. Vários acontecimentos, personagens e o mar de Nassau com seus recifes também aparecem.
A Bond girl Domino, uma jovem que procura vingança contra Emílio Largo por ele ter matado seu irmão, ganha um destaque muito maior no filme, embora no livro, o erotismo em torno dela seja mais explorado. Claudine Aunger e Sean Connery formavam um casal com uma química tão intensa em cena que parecia até um verdadeiro casal de namorados. Há até boatos de que o namoro saiu das telas para a vida real.
Uma curiosidade final que não pode passar batido é a batalha judicial entre Ian Fleming, Kevin Mc Clory e Jack Whhitting, conhecido como caso Thunderball. Tudo porque ao escrever o livro, Ian Fleming citou sem dar crédito, trechos do livro Longitude 78 west de autoria de Mc Clory e Whitting. Essa disputa durou muito tempo, tanto que, num primeiro momento Chantagem Atômica não pode ser o primeiro filme de 007 como pretendiam os produtores Albert Broccolli e Harry Saltzman . Para o livro ser adaptado, foi necessário um acordo fora dos tribunais onde a EON (produtora dos filmes) teve autorização para utilizar alguns conceitos contanto que uma refilmagem não fosse feita por um período de doze anos.
E com muitas idas e vindas, e até uma refilmagem que só serviu para uma volta de Sean Connery ao papel de Bond, no ano de 2002, finalmente a batalha chega ao fim. Kevin Mc Clory perdeu os direitos por 007 Nunca mais outra vez , que passaram a pertencer à EON que passa a utilizar e/ ou modificar os termos Blofeld e SPECTRE.
Um filme com peculiaridades únicas e uma briga judicial de impor respeito. Uma verdadeira bomba atômica.

Eu retornarei em: Espião e Amante  

PS: Essa série de textos é dedicada à memória de Ian Fleming e também aos amigos Lucian e Rildon que me incentivaram a fazer essa experiência. Obrigada, amigos. Beijos.

PS 2: Com colaboração do site James Bond Brasil








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