Hebe uma estrela no cinema



Poster: Globo Filmes 
Como disse aqui mesmo neste blog em algumas ocasiões em que escrevi sobre Hebe Camargo, sou fã dela desde minha pré adolescência, época em que ela estreou no SBT.
Vocês já leram aqui uma homenagem que fiz na ocasião da estreia de Hebe na Rede TV (canal 9 em São Paulo), emissora em que ela trabalhou poucos meses devido à doença que já estava evidente à época. Já falei também da emoção de acompanhar o musical que retratava a vida dela e também minha história de fã, onde misturo também minhas impressões  sobre a biografia escrita por Artur Xexéu, que tinha acabado de ler e aliás recomendo especialmente a quem viu o filme e ainda não teve a oportunidade de conhecer a história do livro.
Ah sim, também fui numa exposição no Farol Santander (antigo Banespa) sobre Hebe mas acabei não escrevendo sobre isso. Sei lá, devo ter tido um esquecimento ou o texto simplesmente "não veio" na cabeça. Não uso rascunho ou anotação, só escrevo e publico.
Vamos então ao nosso assunto: Assim que eu soube que iria sair um filme sobre um período da vida da rainha da TV, tratei logo de acompanhar tudo que fosse possível pela internet. Sigo as redes sociais da Hebe e também do filho Marcello que às vezes posta algumas coisas sobre a estrela. E durante toda a produção de "Hebe, a Estrela do Brasil" choviam notícias, postagens e entrevistas. Òbvio que eu não acompanhei tudo mas acompanhei muita coisa do filme. E a cada notícia eu ficava mais empolgada e ansiosa para ver o resultado.
Finalmente esse dia chegou. Ontem me vesti meio que no estilo Hebe, conforme minhas possibilidades. Abusei dos anéis, brinco e colares de bijuteria. Escolhi a dedo o vestido e a sandália e ainda improvisei uma pulseira usando criatividade e um colar de bijuteria um pouco maior imitando pérolas. E lá fui eu com minha tia.



Acredito que eu seja uma das pessoas mais jovens presentes na sessão de ontem no Moviecom shoping Penha. A maioria das pessoas devia ter em torno de 50 anos no mínimo (eu tenho 44). Como todo fã ama homenagear seu ídolo, não pude deixar de fazer  uma última homenagem: ao comprar o ingresso, eu disse à moça da bilheteria:"H de Hebe". A fileira tinha que ser essa. Os números 9 e 10 foram escolhidos aleatóriamente.
O fato é que eu não acreditava muito no potencial da atriz Andrea Beltrão no papel principal. Eu queria ter visto no filme a atriz do musical, Débora Reis, porque na ocasião me emocionei muito. Foi como ver a própria Hebe Camargo no palco daquele teatro.
Quebrei minha cara, lindamente, admito. Andrea Beltrão estava impecável no falar, no andar e até mesmo em pequenos gestos.
Outros membros da família e amigos de Hebe como o filho Marcello, o ex marido Décio Capuano, o atual marido Lélio Ravagnani, o sobrinho e empresário Claudio Pessutti e, claro, Silvio Santos, não poderiam faltar, assim como o fã "número zero", Flávio Isar que também emprestou para a produção do filme seu acervo de reportagens sobre a artista para servir de material de pesquisa.
Todos impecávelmente caracterizados e com interpretações primorosas. Até Roberto Carlos foi representado no filme, numa cena de licença poética. 
O filme trata do período entre os anos 1986 e 1988. Um período conturbado no Brasil que acabava de sair da ditadura militar e que ainda enfrentava alguma censura velada, crises de desemprego, saúde, inflaçao e os programas de TV ainda não podiam falar abertamente sobre qualquer assunto.
E neste filme, é constantemente mostrada a luta de Hebe contra a censura que ela mesma sofria. Era perseguida porque batia de frente com os poderosos da época reivindicando melhorias para o povo. O povo podia esperar que quando uma coisa não estava certa, Hebe falava mesmo, brigava, cobrava. E incomodava os políticos. Vários momentos com esse perfil aparecem no filme brilhantemente reproduzidos por Andrea Beltrão. Um discurso que choca até hoje por ser tão atual, infelizmente.
Além disso, é mostrado também um pouco do cotidiano da vida dela com conflitos pessoais e as constantes crises de ciúme do marido Lélio por conta da fama da esposa. O ator Marco Ricca é quem faz o papel de Lélio, Claudio Pessutti, o sobrinho e empresário da estrela é feito por Danton Mello. Daniel Boaventura é Silvio Santos e Stella Miranda é Dercy Gonçalves, todos primorosos e impecáveis.
Um destaque muitíssimo especial vai para Caio Horowicz, que interpretou Marcello Camargo. Em cenas tocantes e cheias de amor entre mãe e filho. Havia um laço verdadeiro entre ele e Andrea Beltrão. "Deu liga".
Um filme que gostei muito de ver e que tenho certeza que Hebe também teria gostado muito, com exageros e muito brilho. E, se ficou faltando "selinho" e "gracinha" não deixou de ser "lindo de viver". E, viva a vida (ou uma pequena parte da vida) da maior estrela e eterna rainha da TV, Hebe Camargo!


PS: Texto dedicado à memoria de Hebe Camargo, à equipe e elenco de "Hebe, a estrela do Brasil", à Marcello Camargo e à todos os amigos e fãs da rainha da TV brasileira. 

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