Rainha Elizabeth II: A soberana de uma era


Sou uma das pessoas no mundo que, mesmo sem ser britânica, acompanha e admira a família Real e o reinado de Elizabeth II. 
Lembro que comecei a acompanhar tudo que era notícia a partir do casamento real de Charles e Diana e não parei desde então. Sempre com entusiasmo, curiosidade e respeito dependendo da ocasião. Além dos momentos mais descontraídos, mais pop. 
E não só a vida real em ambos os sentidos desta palavra: a vida de verdade e a vida de uma família de cabeça coroada como também a vida apresentada através de filmes, documentários, séries da ficção. 
Eram nos noticiários de TV antes mesmo da internet que as informações chegavam até mim. 
Com a internet comecei a acompanhar ainda mais pois com ela, a notícia ganhou uma velocidade inimaginável em tempos passados. 
Eu tenho apenas 47 anos e de lá pra cá vi casamentos reais, nascimentos, separações, compromissos públicos, mensagens de Natal, visitas de chefes de estado e funerais de membros da realeza britânica, fofocas e perseguições de tablóides sensacionalistas, tudo através de notícias que chegavam ao Brasil pelos meios de comunicação dos mais diversos. E assisti a quase todos os documentários, séries ou filmes sobre Elizabeth II. 
Era como acompanhar a vida de alguém próximo. Admiração e afeto. 
Toda a atmosfera pomposa à cerca da Rainha e seu país me fascinam desde muito pequena e, por esse motivo estou triste demais. Fazendo um esforço enorme para escrever este texto. 
Ainda não processei bem a notícia que desde hoje pela manhã já estava acontecendo e teve sua confirmação à tarde. 
Eu sabia que pela idade que tenho hoje, cedo ou tarde iria ver este dia chegar. E ele chegou, infelizmente. 
E por falar em acompanhar e testemunhar fatos, para aqueles que desdenham a importância da Rainha Elizabeth para o mundo, não somente para seus súditos, devo dizer que ela não só acompanhou a evolução do mundo como também contribuiu muito ao revolucionar um país trazendo - o para o novo milênio.
Foram muitas mudanças ousadas, mas sem perder a elegância e a pompa adequadas aos protocolos que tinha de seguir. Um conto de fadas ao vivo para quem quisesse ver. 
A começar por sua própria coroação que foi a primeira transmitida pela TV BBC há 70 anos atrás, filmada em cores e transmitida em preto e branco. 
Uma ideia para popularizar a Coroa e a deixar mais acessível aos seus súditos. 
Viajou pelo mundo, se fez conhecida e respeitada mesmo entre opositores da Monarquia. A Rainha Pop.
A Rainha que se comunicou com seu povo por todos os meios de comunicação de massa.
Que se permitiu ser vista, biografada, popularizada em séries de streaming e programas de TV. Adaptou - se a cada época. 
Do dia em que fez um pronunciamento de rádio a partir de um país estrangeiro até o dia em que "pulou de paraquedas com James Bond" na abertura das Olimpíadas, ela soube se reinventar sem perder a essência. 
Duro é saber que hoje testemunhamos o fim de seu reinado. 
Um reinado que deixou para sempre uma marca na história do mundo selada com seu Brasão Real. Marca esta que será lembrada pelas futuras gerações, especialmente de britânicos, mas também de cidadãos do mundo inteiro que a admiram assim como eu. Só nos resta rezar por seu descanso e aguardar o que nos reserva o reinado de Charles III.
God Bless The Queen, RIP Majesty 




Comentários