Um dia no parque com a Bandnews FM


Com alguns dias de atraso me veio a inspiração necessária para escrever sobre esse dia tão legal que foi o último dia 25 de Janeiro, aniversário da cidade de São Paulo.
Desde muito pequena, criei o hábito de ouvir rádio por conta de meus saudosos avós. 
Durante este período minha rotina depois de voltar da escola e almoçar com minha mãe (IM) que tinha horário de almoço em casa, eu assistia desenhos na TV mas também acabava por ouvir rádio indiretamente porque minha avó gostava. 
Eu não tinha exatamente um programa preferido durante a semana mas gostava de ouvir as músicas dos artistas que eu via na TV na década de 1980. 
Adorava ouvir aos jogos do Corinthians ao lado do meu avô nas tardes de sábado e aos domingos também. 
Conforme o tempo foi passando, desenvolvi meu próprio gosto pelo rádio. Era um tempo em que a internet não existia e o grande barato além de ouvir os programas era imaginar  como seriam os rostos dos locutores que só sabia distinguir pelas vozes. 
Gostava de ouvir numa rádio extinta um programa de músicas românticas intercaladas com declarações de amor de casais apaixonados com um locutor de voz bonita, bem vozeirão estilo anos 1980, 
Ouvi também programas de rádio do Gugu Liberato (IM) em duas rádios diferentes, já que gostava de assistir os programas dele na TV. Sabe como é fã. 
E também em várias emissoras, programas só com músicas do Roberto Carlos, inclusive um apresentado pelo filho dele, Dudu Braga (IM). 
Escutei programas esportivos, principalmente quando falavam do Corinthians e os jogos do time, claro. 
Foram 4 rádios até que conheci uma equipe de esportes diferente de tudo que havia ouvido antes. 
Até hoje, 20 e poucos anos depois, ainda ouço os jogos na mesma rádio. 
E, se não transmitem o Corinthians, mudo de dial até encontrar. o jogo.
Cheguei a participar de um programa da Bandnews que hoje é minha companhia diária quando Daniel Craig foi anunciado como o novo James Bond. 
Não conhecia nenhum locutor nem a rádio mas fui bem tratada o tempo inteiro.
Em 2010, pela ocasião das eleições presidenciais, acabei descobrindo uma rádio que reunia quase tudo que eu sempre acompanhei. 
Como dizem no popular, acabei me tornando uma versão mais nova e moderna dos meus avós já que no tempo deles não havia sequer internet, muito menos lives. 
Nunca gostei de noticiário na TV, são lentos e modorrentos e nunca dão a notícia que "você quer saber logo" só no fim do jornal e muito rápido e coisas de todo dia que estou cansada de saber demoram minutos intermináveis explicando o óbvio que está mais do que claro. 
A velocidade do rádio é diferente. Tem as notícias óbvias e as que quero realmente saber, tudo misturado, bem explicado, com o mesmo tempo, algumas brincadeiras (quando cabe), o que dava um alívio. 
Acabei ouvindo a Bandnews FM. que lembrava uma rádio de outro estado que comecei a ouvir pela internet por conta de um amigo para prestigiar seu trabalho. 
Comecei a ouvir por acaso, para passar para a família, enquanto estávamos de carro indo à casa de parentes no interior, as parciais da boca de urna das eleições daquele dia. A Bandnews foi a primeira  rádio  somente de notícias que encontrei no aplicativo de radio do celular aquele dia. 
Eu acabei gostando de tudo e nem senti o tempo passar. 
No dia seguinte ouvi novamente e acabei descobrindo um mundo novo ao som da voz familiar porém um pouquinho mais leve do jornalista Ricardo Boechat que via algumas raras vezes na TV. 
O tempo foi passando e isso se tornou um hábito. 
Locutores chegaram, locutores saíram. Boechat acabou por  deixar este mundo de forma inesperada. 
Conheci um dos locutores e um produtor na ocasião do lançamento de um livro com histórias de vida, de trabalho e bastidores do saudoso carequinha das nossas manhãs. 
O tempo passou e veio a turma que está até hoje: Sheila Magalhães, Carla Bigatto e Luiz Megale, grandes companheiros das manhãs enquanto estou em casa vivendo minha rotina e me informando ao mesmo tempo, seja por rádio ou nas lives que possibilitaram para as vozes "ganharem rostos e expressões". 
No dia 25 de Janeiro, acompanhada por minha tia, fui ao Parque da Juventude para prestigiar a rádio e conhecer pessoalmente os locutores tão queridos. 
Chegando lá, avistei logo a elegantérrima Sheila Magalhães. Parecia uma amiga de longa data, muito alegre, simpática e carinhosa. Ouvia as histórias de cada ouvinte, recebia presentes e posava para selfies. Ouvintes como eu se sentindo em casa.
Estranhos que compartilhavam histórias e sentimentos comuns como se fosse uma família. 
Teve pet relaxando deitadinho próximo ao ar condicionado do estúdio móvel.
O mesmo ocorria com Luiz Megale e Carla Bigatto que recebiam e transmitiam atenção e carinho. 
Megale, o zoeiro, que era zoado e zoava também. Cara com estilo despojado meio roqueiro meio fashon com ousadia  e o vozeirão marcante e lindo. 
Ele até recebeu "correio deselegante" em vídeo, sem cortes, ao vivo. Que injusto!
Carla com seu estilo meigo, tanto nas atitudes de carinho quanto nas roupas, um chic romântico com ares de modernidade. E uma voz doce e calma. 




Contei (inclusive no ar) para a Sheila e o Megale a história do meu gato Ian que desde pequeno ouve a rádio e um dia "atendeu" ao rádio porque ouviu o Megale falando o nome dele, referindo - se ao jornalista Yan Boechat. Se isso não for afinidade, nem sei o que é.
É uma prova de como as pessoas criam vínculos com o rádio. Um animal de estimação "atender" a uma voz conhecida que não mora na sua casa, não está ali de corpo presente mas a voz ecoa sempre . 
Claro que teve as fotinhos. Várias. Pra guardar de recordação. Foi um dia muito bacana e que, de certa forma acabou me conectando também com lembranças boas dos tempos em que eu ouvia rádio na infância. 
Uma experiência que todo mundo tinha que ter. Um dia memorável e único que ficará para sempre na memória. 





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