Viva a Noite sob o olhar de uma fã saudosa
Não é apenas a Globo que está em ritmo nostágico trazendo de volta seus remakes de sucessos clássicos (no caso, novelas - vejam meu post recente sobre o remake de Vale Tudo - e outros sobre a versão original neste blog).
Recentemente, o SBT entrou numa onda "raiz" para reconquistar seu público de outrora e também um público mais jovem que não viveu o auge da TV aberta analógica. Público que está acostumado a fazer seus próprios horários para assistir o que quiserem onde quiserem, não necessáriamente numa sala com TV ligada pois hoje em dia "levamos a TV no bolso" através do celular e apps de TVs e streamings.
Nessa aposta do SBT Raiz não foi somente a programação infantil diária que voltou nem as versões atuais de Casos de Família e Aqui Agora mas um clássico que marcou uma geração inteira de forma definitiva. Lançava moda, apresentava pessoas que tinham os sonhos mais malucos, gincanas e para cantores e bandas era considerado um portal diretamente para o sucesso de suas músicas fazendo - os conhecidos e admirados em todo o país.
Quem não parava diante da TV no sábado a noite estando em casa para assistir ao Viva a Noite apresentado por Gugu Liberato entre 1982 e 1992, um programa que era uma verdadeira festa em casa com músicas, brincadeiras, pessoas interessantes, curiosidades.
Atualidades e um apresentador lindo, carismático, voz marcante, elegante e jovial mas muito muito bem humorado com sacadas divertidíssimas. E com músicas coreografadas que grudavam na cabeça. Atire a primeira pedra quem nunca viu ou ouviu falar!
Eu fui uma das milhares de pessoas que assistia toda semana. E só ia dormir depois que Gugu se despedia além de dançar o "Baile dos Passarinhos" na sala junto com o pessoal da TV.
Tinha sete anos na época e não perdia um programa sequer quando estava em casa. Aquilo me encantava, especialmente ele, Gugu Liberato. Cheguei inclusive a quase ganhar o "cantor mascarado". Provavelmente não fui atendida por Gugu por ser ainda criança, apesar de saber a resposta (Marquinhos Moura cantor do hit Meu Mel) mas me lembro de ter chegado a falar com a assistente de palco Silvinha Leme que iria passar o telefone pra eu dar a resposta e ganhar um milhão de cruzeiros.
Também fui a duas gravações do programa no fim dos anos 1980 no antigo teatro Silvio Santos na Avenida Ataliba Leonel 1772, Zona Norte de São Paulo.
Detestava quando tinha de sair sábado à noite porque se saísse, iria perder o programa. Naquela época não tinha isso de ver depois. Ou era aquele horário ou se perdia. Nem o vídeocassete era para todo mundo, apenas para pouquíssimos afortunados. Com o vídeo, dava pra deixar gravando mas nem todos exploravam esse recurso.
Se for enumerar tudo que vi no Viva a Noite ao longo de anos nunca terminaria esse texto e o objetivo não é esse.
Depois de um longo hiato sem Viva a Noite na TV, o programa ensaiou um retorno em 2007 sendo apresentado pela cantora Gilmelândia. Apesar do carisma dela, a atração ficou apenas nove meses na programação do SBT e Gugu até deu as caras na estreia para um boa sorte mas como dizemos atualmente, a coisa "flopou".
Há algumas semanas o canal das Abravanel nessa onda de volta às raízes suepreendeu a anunciar a volta do Viva a Noite
Especulou - se uma época que João Augusto Liberato, filho do Gugu que recentemente voltou ao Brasil já adulto formado em Cominicações nos E.U.A. fosse contratado para apresentar o programa do pai na mesma emissora que o consagrou.
Na minha mais sincera opinião de fã de Gugu Liberato, ao mesmo tempo em que eu queria isso pelo valor nostálgico, por saudade ou mesmo porque Gugu se faria presente de alguma forma através do próprio filho, eu não queria ver o jovem sofrer tantas e injustas comparações que seriam inevitáveis, a começar por mim.
O tempo foi passando até que a gravação se realizou nesta Segunda - Feira e a exibição foi marcada para sexta, dia 14 de novembro depois do Ratinho.
Confesso que não foi fácil assistir ao programa ontem. E não me refiro apenas ao horroroso horário das 23:15 h. Acho que não custava nada colocar no horário do Ratinho depois da novela mexicana A.Mar .
Daniela Beyruti , pense nisso com carinho.
A saudade do Gugu que estava quietinha num canto do meu coração bateu com uma força avassaladora.
Já na abertura, vários vídeos e um lindo texto soaram como um agradecimento e um pedido de bênção. Chorei copiosamente porém baixinho como na época do falecimento do Gugu. Parecia reviver aqueles dias angustiantes e tristes.
As bailarinas dançaram uma coreografia leve e bonita que terminava com a divisão para os lados do palco deixando o centro livre para a passagem do novo apresentador, Luis Ricardo.
Foi só aí que caiu a ficha, era o Viva a Noite mas Gugu não iria apresentar. Nem aparecer para o vídeo de boa sorte.
Um misto de tristeza e alegria invadiu meus pensamentos.
Como convidados estavam pessoas que costimavam ser frequentes nesse programa. Gretchen, Virgínia Novic, Rita Cadillac, Sylvinho Blau Blau, Luciano ex - Trem da Alegria e Netinho de Paula, além da cantora Patrícia Marx .
Teve a competição Eles x Elas com provas clássicas como Desenhe, Acerte e Ganhe, Prova da Bexiga , teve o quadro do Rambo Brasileiro com participação especial de João Augusto que apresentou este quadro especificamente.
Difícil conter as lágrimas que não foram poucas. E como fiquei orgulhosa dele!
Luís Ricardo foi , na minha opinião, a escolha ideal para substituir Gugu no Viva a Noite. Um cara experiente, competente, bonito, com carisma e bom humor.
Um apresentador cuja experiência em apresentar programas foi apenas por trás da máscara do palhaço Bozo nos anos 1980 e, eventualmente sorteios do Baú da Felicidade. Muito pouco para alguém tão talentoso que já vinha merecendo um programa dele.
Visivelmente emocionado e talvez nervoso, Luis Ricardo entrou no palco e logo mostrou o porque tinha sido escolhido.
Aos poucos, de forma delicada e sutil, o "Viva a Noite" deixava a imagem de Gugu ser apenas lembrança se desvincular naturalmente do programa ao mesmo tempo que Luis Ricardo ia moldando tudo do seu jeitinho, com sua personalidade. E passamos a ver o grande apresentador que ele é.
Comovente demais a participação das pessoas que tinham história com o Viva a Noite e como foi emocionante ouvir cada uma e relembrar, principalmente o momento de João Augusto (que poderia ser outro, melhor, mais proveitoso). Ele mostrou desenvoltura e carisma mas, acima de tudo. muita personalidade.
Ele vai trabalhar na Record, começar sua própria carreira. Andar com as "próprias pernas", um pouco afastado das comparações. Ainda bem.
E, quanto ao Viva a Noite, é uma nova história que se inicia com tudo novo. E com uma audiência que já começou bem.
Só espero que coloquem um horário mais cedo para que o que já começou bem fique ainda melhor.
VIVA A NOITE!!!!
VIVA
VIVA
VIVA!

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