Fórmula perfeita para fazer uma boa redação: receita de miojo e hino de futebol

Não costumo fazer esse tipo de post jornalístico aqui no blog mas hoje não deu para resistir. Estava eu ainda deitada ouvindo as notícias da manhã na Rádio Bandnews FM quando começaram a falar do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Um aluno conseguiu metade da pontuação máxima da prova por fazer uma redação brilhante com palavras retiradas do hino do Palmeiras no meio do texto que escreveu sobre o tema "Movimento imigratório para o Brasil no século 21" para testar se o professor que faz a correção da redação lê mesmo tudo que está escrito. Veja o trecho na foto abaixo:
 
 
Redação com trecho do hino do Palmeiras Foto: Site G1
Devo reconhecer, mesmo sendo corinthiana,  que o cara tem excelente bom humor para provar que as pessoas que corrigem redação não lêem o que o aluno tem trabalho de escrever, podando o talento de pessoas que realmente gostam de criar textos.
As redações do ENEM 2013 não são feitas apenas por torcedores de futebol mas por cozinheiros também. Quem não gosta de miojo e nas horas daquela fome nunca fez um pacote? Todo mundo não é? Pois então: A receita do Miojo foi usada por um outro estudante como parte da sua redação.
 
Veja o trecho:


Redação com receita de Miojo Foto: Site G1





 
 
 
Ambos os alunos foram bem pois além de provarem sua teoria ainda comprovam aquilo que eu sempre soube.  e com certeza quem corrigiu a redação do "miojo" queria saber na verdade se o estudante sabia cozinhar a partir de uma receita rápida. E ele sabe sim. Tanto que tirou uma boa pontuação por causa disso.
Alguns professores podam o talento de seus alunos exigindo na redação um número de linhas ou palvras. Por isso talvez que a maioria das pessoas ache a aula de português uma chatisse e redação se torna algo intragável. Falta liberdade para criar.
E vendo essa notícia, lembrei de uma coisa q aconteceu comigo em 1994 durante uma prova de história.
Eu estava cursando o 3º ano do Ensino Médio (2º Grau como era chamado na época) e tinha uma professora de história muito rigorosa na hora de corrigir provas. Em toda a história da escola, nunca um aluno conseguia obter nota A (equivalente a um 10) na matéria dela, nem mesmo a melhor aluna da sala que era também a melhor aluna de toda a escola.








Um belo dia essa professora resolve aplicar uma prova em dupla e as perguntas giravam em torno da Abolição da Escravatura no Brasil.Fiz dupla com um colega. Ele, apavorado, precisando de nota, dizia que só sabia a data e quem assinou a lei Áurea, não sabia como descrever com as próprias palavras a assinatura da Abolição incluindo os dois parágrafos da lei.
Minha sorte é que eu estava acompanhando a novela Sangue do Meu Sangue pelo SBT e o último capítulo foi ao ar na sexta - feira que antecedia a prova aplicada na manhã de segunda.
Vendo o desespero do meu colega eu disse: "Você responde a primeira pergunta e depois relaxa, deixa a outra comigo". Dito e feito.  Em minha mente veio a cena da novela onde a atriz  Irene Ravache (atualmente no ar em Guerra dos Sexos como Charlô) no papel de Princesa Isabel reproduziu o momento exato da assinatura da Lei Áurea em todos os detalhes. Escrevi umas 20 linhas relatando tudo e depois entregamos a prova.
Dias depois, na hora do intervalo, meu colega e parceiro de dupla e eu fomos chamados pela melhor aluna da nossa classe pois a professora queria falar conosco. Lembro que ele tinha recebido o recado primeiro e veio me buscar. Juntos, de mãos dadas, nervosos, fomos falar com a professora.
Ela nos perguntou como fizemos para lembrar de tantos detalhes achando que conseguimos tal êxito por causa de suas aulas. Devo alertar que essas "aulas" eram feitas com abreviações que só ela sabia o significado, escritas na lousa acompanhada de uma leitura não muito clara nos livro. E a correção das provas era feita com uma rapidíssima "passada de olho".  Expliquei para a professora sobre a novela e a cena. Recebemos os parabéns e fomos cumprimentados por alunos e professores.
Valeu a pena, obrigada eternamente Irene Ravache, a melhor "professora de história que tive" no colegial







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