Meus laços para a vida toda


Certamente irei surpreender meus leitores com esse post. Porém, para algumas pessoas não será surpresa.
Minha família por exemplo, mas nem toda. Minha mãe, meus avós  e duas tias. Pessoas que não só convivem comigo mas pessoas com as quais morei minha vida inteira,  que acompanharam grande parte da minha vida, especialmente a infância sabem do que vou falar. 
Como toda criança que se preze, tive personagens de desenho e revistinhas que gosto até hoje e também vivi aquela fase de querer tudo do personagem. 
Não estou falando do Mickey como alguns devem ter imaginado, embora o Mickey também esteja presente na minha infância e na minha vida de adolescente e adulta da mesma forma que essa turma tão especial porém brasileiríssima. 
Sim, estou falando da Turma da Mônica. Como a maioria dos brasileirinhos, fui incentivada a ler os gibis quando era pequena. Meu avô, barbeiro, sempre ia à banca de jornal e às vezes trazia um gibi para eu ler ou me levava para que eu mesma escolhesse. E eu quase sempre escolhia os da Mônica, uma menina baixinha e dentuça. Apesar de também escolher alguns do Mickey, eu me identificava muito mais com a Mônica por ser menina. 
Eu tinha também tudo que era produto da Mônica: Talco, sabonete, creme dental, colarzinho (que estou usando em duas fotos), roupas e bolsinha, imã de geladeira. 
Até hoje eu tenho uma coisa que não abro mão. A "Cá".
Era assim que eu pedia minha boneca Mônica para minha mãe quando queria brincar com ela. Mal sabia falar direito mas já reconhecia e gostava da baixinha dentuça do Bairro do Limoeiro. 
Ganhei essa boneca em 1978 quando completei 3 anos e ganhei também o Cebolinha. Só não me lembro quem me deu os presentes.
O tempo passou, muita coisa mudou não só no mundo mas na minha vida também. E essa boneca continua a testemunhar do seu jeitinho cada coisa, cada momento.
Voltando a falar dos gibis, eu tomei o gosto pela leitura a partir dos gibis, aprendi a ler também com eles, assim como a maioria das crianças brasileiras.
Assistia desenhos dela na TV, especialmente no Natal. 
Cheguei também a conhecer pessoalmente Maurício de Sousa na Bienal do Livro e conhecer a Maurício de Sousa Produções onde são feitos os gibis, tendo novamente a alegria de  vê - lo. Realizei também o sonho de conhecer e abraçar a Mônica e toda a turma.
Dias memoráveis, de alegria infinita e inexplicável. 
Acompanhei sempre com muita alegria o sucesso de toda essa Turma por tantos anos. 
Maurício de Sousa, na minha opinião, é um homem com uma mente em constante evolução acompanhando as inovações de cada época, aperfeiçoando sua criação ao público da geração futura. 
Foi assim com tudo, inclusive com a era digital e, mais recentemente, a era do cinema "live action". 
Foi produzido o filme Turma da Mônica Laços, uma estória que trazia os contornos dos gibis para o mundo de "carne e osso" contando a estória do dia em que Floquinho desaparece do Bairro do Limoeiro e de como a amizade e a união são, na verdade um plano infalível para se conseguir tudo que queremos, até mesmo achar alguém que está perdido.
Foi muito emocionante assistir esse filme, tudo muito fiel e perfeito respeitando o  legado deixado por Maurício de Sousa nos gibis. Mônica, Cascão e o Louco (Rodrigo Santoro) os mais perfeitos e a cereja do bolo: Maurício como o jornaleiro, chamado apenas "tio" numa cena que foi rápida mas foi épica, dando uma de Stan Lee (que aparecia em todos os filmes de sua ciação, o Homem Aranha fazendo uma pontinha), seria uma homenagem de um cartunista brasileiro a seu colega americano ou foi uma homenagem dos roteiristas do filme  ao Maurício de Sousa? Jamais saberei. 
Mas de uma certeza vou ter sempre, esse filme só veio me mostrar que a Turma da Mônica e eu temos um laço pra toda vida.

PS: Texto dedicado à Maurício de Sousa, à equipe e elenco do filme Turma da Mônica Laços. E também à minha mãe Lourdes (IM) e meu avô João (IM)








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