Meu Nome é Bond... James Bond - Capítulo Especial (Suplemento) - Homenagem 112º Aniversário de Ian Fleming



Para aqueles que acompanharam minha série de textos sobre os livros de Ian Fleming, ofereço hoje um texto diferente. Desta vez não é a análise de um livro mas sim uma homenagem ao autor que criou James Bond e por consequência tornou possível essa série que publiquei aqui no blog. Vocês ainda podem (re)ler  os textos que continuarão disponíveis e ver os filmes nos canais fechados ou nas coleções de DVD/BD que estão à venda em vários sites. Assim poderão repetir por si próprios, esta experiência que eu já tive. Aproveitem esse tempo livre que todos estamos vivendo e use esse momento para relaxar de um dia cheio de multitarefas e preocupações. Depois de ler os livros, que poderão ser encontrados em sites de sebos e livrarias, veja o filme equivalente ao livro e anotem num caderno ou no computador as suas próprias impressões. Pesquisem, é um ótimo jeito de passar o tempo. 
Bem, para mim, falar de Ian Fleming não é uma tarefa tão simples quanto possa parecer até mesmo para uma fã de James Bond que gosta de ler como eu. 
A dedicação com a qual ele escreveu cada livro, o "ritual" que fazia enquanto se isolava em sua casa de veraneio na Jamaica acompanhado apenas pela esposa Ane era meticulosamente calculado, disciplina rígida e dava certo. 
Após tomar seu café da manhã, mergulhar e tomar banho de sol ao natural em companhia da esposa, ele começava sua rotina. Sentado em frente à sua máquina de escrever, muitas vezes com o seu inseparável cigarro entre os dedos, num paraíso calmo e exclusivo, mil e quinhentas palavras eram datilografadas pela manhã, até o horário do almoço e depois do almoço e uma soneca longa mais quinhentas, totalizando impressionantes duas mil palavras sem ler nada, sem revisar ou corrigir nem mesmo a gramática. 
Somente quando o manuscrito ficava pronto, ele revisava, fazia as devidas correções. Esse processo durava no mínimo seis meses. Sim, ele tirava seis meses de licença do jornal para o qual trabalhava e ia para sua casa da Jamaica para se isolar do mundo e se dedicar a escrever as estórias de seu agente secreto. 
Era um dom, uma genialidade. Palavras iam se encaixando de forma a tudo fazer sentido de um jeito claro e muito simples. 
Muito de Ian Fleming estava em James Bond, muito de James Bond estava na imaginação fervilhante de Ian Fleming. Seu mundo impenetrável. 
Dizem que ele começou a escrever porque não conseguia se adaptar muito bem à vida de casado. Ficava entediado. Os livros eram uma fuga para seu passado já que James Bond tinha a vida boêmia que Fleming não queria deixar para trás. E também uma forma de romantizar seu trabalho massante que consistia em ler relatórios da marinha britânica na guerra e espionar "coisas comuns" de documentos interceptados. Bond é o aventureiro que ele queria ser. Em todos os sentidos. Se completavam. Criador e criatura.
Seus livros tiveram grande aceitação do público.
A adaptação dos livros para o cinema foi uma questão de tempo e, claro, a fama e a fortuna crescendo só provavam a genialidade dele, ainda que a maioria das pessoas sequer saibam que James Bond veio dos livros primeiro. 
Antes de ter um rosto, uma voz, as  aventuras de Bond eram impressas em livros, tiras de jornais fazendo milhares de pessoas viajarem para um mundo distante usando a imaginação. 
E isso chegou até mim. Fiz amigos, criei um blog, passei a ler mais ainda e até dei ao meu gato, por sugestão de um amigo, o nome Ian Fleming. 
Um escritor que foi e sempre será uma de minhas maiores inspirações. 
Como homenagem deixo aqui um vídeo que eu gravei lendo um trecho de um de seus livros. Esse não tão conhecido do grande público mas, por ser real, traz um pouco do que ele foi. 
Feliz Aniversário Ian Fleming. 

Eu retornarei. Um dia...

 








PS: Essa série de textos é dedicada à memória de Ian Fleming e também aos amigos Lucian e Rildon que me incentivaram a fazer essa experiência. Obrigada, amigos. Beijos.



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