Uma Bondgirl infiltrada na Bienal do Livro 2022




Quem me acompanha neste blog há bastante tempo nem precisa ser da minha família nem ter amizade para perceber que os livros são minha paixão, meu "vício" bom e incurável. 
Devem saber também o quanto amo olhar uma vitrine de livraria ou mesmo entrar em uma, seja para comprar ou não . 
Aqui no blog, vocês também já viram vários textos meus sobre livros. Várias resenhas e alguns relatos de sessão de autógrafos.
Obviamente que também amo frequentar a Bienal do Livro. 
Gosto dessa multidão literária que sai de suas casas, enfrenta trânsito com seus carros ou faz uso do transporte público até o metrô para pegar o ônibus fretado da Bienal.
Tudo em busca de trocar ideias e adiquirir conhecimento e cultura com outras pessoas, ver as novidades antes delas estarem nas livrarias e claro, conhecer aquele (a) autor (a) que você ama, tirar foto e pegar um autógrafo com dedicatória naquele exemplar do livro que você comprou. Para ler e guardar na sua estante e no seu coração. 
Todos os anos eu espero com bastante ansiedade pela Bienal de São Paulo. Se para mim ir à livraria é ir a um parque de diversão, ir à Bienal é como ir à Disney (bem... imagino que seja assim porque na verdade nunca estive na Disney. Este é meu sonho, quem sabe um dia). 
Como já disse, frequento a Bienal do Livro desde 1994. Desde que fui pela primeira vez com minha mãe eu nunca mais parei. E fui mais dez vezes concecutivas. As quatro últimas fui com minha tia pois minha mãe faleceu. 
Minhas duas bienais inesquecíveis - e insuperáveis até o momento - foram a de 2014 e 2016 quando tive oportunidade de conhecer Edgar Vivár (Senhor Barriga) e Maurício de Sousa respectivamente. 
Em 2018 também estive lá. E me diverti muito embora não tenha visto nenhum autor. 
Em 2019  veio a pandemia do coronavírus. 
Eventos e celebrações religiosas presenciais foram canceladas, trabalho e estudo interrompidos. O vírus naquela época era letal e muito mais contagioso. Ninguém podia ter contato físico com ninguém. O uso de máscaras ajudava na prevenção. As primeiras vacinas demoraram mas chegaram .


2020 seria ano de Olimpíadas no Japão e de Bienal do Livro em São Paulo. 
De estréia de Sem Tempo Para Morrer, novo filme do James Bond mas, ao invés disso foi um ano de incertezas. Será que nossas vidas voltariam ao normal? 
Em 2021, tudo foi se ajeitando, melhorando graças às vacinas e não demorou muito para tudo se encaixar de novo. 
A Bienal do Livro em 2022 foi anunciada. E eu, ansiosa. 
Acompahei todo o andamento por redes sociais e imprensa. E chegou o dia.
Decidi que iria dia 9 de Julho, um sábado. Penúltimo dia. 
Um dia antes fui olhar a programação para me planejar, vi que todos os ingressos foram esgotados. Eu não comprei nada, nem on line nem nas bilheiterias. 
Entrei em desespero pois achava que não iria. Até chorei de nervoso. 
Depois de muito pensar eu lembrei de uma campanha de doação de livros (não vinculada a ingressos). Separei alguns e falei para minha tia: "Amanhã nós iremos levar esses livros independentemente de entrar ou não no envento". 
No domingo, decididas fomos arriscar a sorte. Saímos para a Bienal. 
Chegando lá, entreguei os livros que levei para doar. e na hora de tentar passar a catraca não menti. Disse que não tinha ingresso e que sabia que haviam esgotado. 
Não usei de quaisquer artifício. A moça perguntou minha idade, a idade da minha tia e pediu meus documentos. Entreguei a carteirinha do ônibus que comprova minha condição de PCD e meu RG para conferir a foto e alguns dados. Entramos na Bienal.
A emoção foi instantânea. Agradeci a Deus e a Nossa Senhora Aparecida por esse pequeno milagre. 
Uma vez lá dentro aproveitei. Quase nem entrei em stands vendo tudo apenas "de passagem". 
Um lugar em que ao mesmo tempo três sessões de autógrafos concorridíssimas e apresentações de Patati Patatá e Turma da Mônica além do bate papo com Xuxa Meneghel que lançava um livro infantil que eu sinceramente não sei mais detalhes. 
Tudo isso ingrediente para um evento com um público fora do comum. 



Só comprei um livro desta vez: "A Outra Face" de Sidney Sheldon quase na hora de ir embora também por opção porque minha fila de leitura está gigantesca. 
E não consegui reencontrar o amigo que estava trabalhando no stand da Editora Rocco por conta da quantidade de gente circulando. 
Queria surpreendê - lo. Não deu, fica para a próxima.
Voltei para casa feliz, aliviada e com a sensação de missão cumprida. Porque não tinha certeza de nada e dei uma de 007 ao conseguir, na raça,  me "infiltrar" no evento.
Só sei que valeu a pena e que se preciso fosse, faria tudo de novo. 
Em 2024, se Deus assim quiser, tem mais.
Agora é rumo à 12ª Bienal. Valeu demais!










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