Maurício de Sousa, o Filme: Uma celebração à vida de quem ajudou a alfabetizar milhões de brasileiros

Quinta - feira foi dia de prestigiar a estreia da cinebiografia de um gênio que ao longo de quase 90 anos ainda dedica grande parte de sua vida a uma espécie de alfabetização informal de milhões de pessoas no Brasil. 
Se hoje esse blog existe, devo isso a cinco pessoas que foram muito importantes para formar a leitora que sou hoje: Minha mãe, meu avô, minhas duas primeiras professoras que me "ensinaram o caminho das pedras", digo das letras  e... Maurício de Sousa que através de seus gibis que meu avô e minha mãe compravam, ajudou a despertar o gosto pela leitura que tenho  hoje em dia.
Tive a imensa honra de conhecer pessoalmente o  Maurício de Sousa na Bienal do Livro de 2016 e na época contei aqui mesmo e postei fotos também.
Que simpatia, que simplicidade, quanto carinho. Foi um dos dias mais felizes da minha vida. 
E um dos mais inacreditáveis porque parecia um sonho. 
Depois de chegar em casa naquele dia, olhei milhares de vezes minha foto ao lado dele no meu celular. 
Coincidentemente e, meio que de propósito, estou usando a mesma camiseta da Mônica que usei e o colarzinho também da Mônica que usava naquele dia dia,  que ele se emocionou ao ver e me pediu licença para ver mais de pertinho. Segurei o colar para que ele pudesse ver melhor.
Tive uma segunda oportunidade de ver Maurício de Sousa pessoalmente quando eu fui numa visita monitorada à Maurício de Sousa Produções em 2018. Um mundo de sonhos. 
Eu já havia lido a biografia "Maurício, a História que Não Está no Gibi" em que ele foi biografado através de depoimentos a Luís Colombini, livro que deu base ao filme.
Acompanhei tudo que saía na época de produção. 
Fiquei muito feliz quando anunciaram Mauro Sousa, filho do Maurício para representa - lo no cinema. Não poderia ser outro, jamais. 
Ele convive com o pai a vida inteira, conhece Maurício como nenhum ator e é a cara dele. 
Carrega o DNA e o sangue. Melhor do que um filho para representar o pai impossível.
Desde o começo fiquei empolgada para ver o filme.
Afinal, assim como tantos outros brasileiros de tantas gerações, Maurício de Sousa e a Turma da Mônica são parte da minha infância. 
Além dos gibis, tinha um monte de coisa da Mônica. Roupa, sapato, copo, lancheira e até fiz minha mãe comprar Extrato de Tomate Elefante por causa do Jotalhão que até hoje estampa as embalagens desse produto. 
Também tinha creme dental com cheirinho, xampu infantil, talco. a Mônica, o Cebolinha que tenho desde meus três anos e o  colarzinho (esse que uso na foto ao lado).
No filme, podemos ver a história de vida de Maurício de Sousa desde sua infância na cidade de Santa Isabel, interior de São Paulo, sua cidade natal e Mogi das Cruzes, também no interior paulista onde morava sua avó Benedita (Dita). 
A cinebiografia passa pela adolescência, o começo da vida adulta e seu casamento com a mãe da Mônica "de carne e osso" até a criação e o começo do sucesso da Turminha que vive no Bairro do Limoeiro, um bairro fictício onde quase todos os personagens moram.
O filme vai mostrando pouco a pouco cada etapa da criação dos personagens.
As pessoas  nas quais Maurício se inspirou. Os traços de personalidade característicos de cada um. Até  Bidu, o cachorro azul inspirado em seu primeiro cachorro Cuíca e depois "transformado" no Bidu que conhecemos hoje. 
Vemos a luta persistente de um jovem obstinado em viver da arte de desenhar, os obstáculos e as muitas recusas. 
Os trabalhos em jornais e em outros ofícios para pagar as contas do mês. E quando menino, ainda na barbearia do Seu Antônio Sousa, o pai, engraxando as botinas e sapatos dos fregueses para ganhar algum dinheirinho e comprar gibis. 
Um observador do que há à sua volta e um olhar preciso para captar a essência de cada personagem escondida na personalidade de quem o inspira. Veja por exemplo sua família onde cada filho é um personagem. Amigos, pessoas do cotidiano. 
Destaco ainda, o brilhantismo de Mauro Sousa no papel de Maurício nas fases jovem e adulta. 
Ele praticamente incorpora a persona do cartunista. Cada frase, cada gesto, cada olhar.
E, como reproduz com perfeição os traços de desenho do pai.
Nota - se que Mauro estudou o personagem com muito cuidado. Independente de qualquer coisa. 
As cenas em que aparece trabalhando no jornal ou desenhando impressionam. Não podia ser outro ator, Tinha que ser ele. Ele "nasceu para esse papel" como afirmou em entrevista o diretor e roteirista Pedro Vasconcelos.
Esse filme é uma justa homenagem em vida para Maurício de Sousa, "professor" de milhões de brasileiros. 
Uma mensagem de superação, otimismo e persistência na luta por seus sonhos. Mais uma lição que esse "professor" nos ensina. 
E pensar que tudo começou com um gibi já gasto que o menino Maurício encontrou jogado em uma calçada...
"Obligada Maulício de Sousa pol tudo, Feliz Anivelsálio pla você".













 

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