Que tempo "bão sô"... Pena "qui num vorta"

Sábado passado foi um dia de voltar à minha infância, aos bons tempos em que as escolas faziam aquelas festas juninas legais, cheias de brincadeiras, prendas, a eleição de "miss" e "princesas" caipirinhas e claro, o tradicional casamento caipira e também a quadrilha com a música do Mário Zan.
Nossa, como eu gostava daqueles tempos em que minha avó todos os anos fazia um vestido novo e diferente para mim. E minha mãe fazia minhas trancinhas e me arrumava toda bonitinha para dançar a quadrilha. Por duas vezes eu participei do "miss caipirinha". Em 1983 fui eleita 1ª princesa, tive faixa e tudo. Não fiquei triste por não ser a miss, afinal, uma amiga minha, a Andréia, ganhou por justiça. Sua roupa era bem mais bonita e as tranças maiores e mais grossas do que as minhas. Tudo bem, me diverti muito. De uns tempos prá cá, muita coisa mudou. A festa junina que é autenticamente brasileira, embora sua origem remota dizem que era norte - americana daqueles bailes confederados do Sul durante a Guerra Civil. Eu disse que a coisa mudou pois tudo isso se perdeu, dando lugar ao cowntry e aos rodeios. Não se toca mais Mário Zan ou "Cai cai balão". Agora toca - se esse sertanejo romântico e não existem caipirinhas mas sim cowgirls, vestidas quase como os homens com calça, camisa, cinto e chapéu. Felizmente, no nordeste ainda existe a quadrilha tradicional, só que o povão parou de dançar. Grupos profissionais é que dançam. Festas em escolas são raras. Clubes fazem shows que nem lembram Santo Antônio, São João e São Pedro.

De certa maneira matei a vontade de dançar de novo, revivi meus dias de 1ª princesa. Aqui na rua de casa, a vizinhança se reuniu e fez uma festa nos moldes de outrora com fogueira . Teve comida típica caipira, quase todo mundo vestido à caráter, música adequada, tudo. E a quadrilha foi dançada no meio da rua. Haviam poucos homens que não tinham vergonha de dançar e por isso a quadrilha teve "casais" femininos. Foi divertido.

O problema era só que muitas vezes as mulheres se atrapalhavam e se esqueciam que uma tinha que ser o cavalheiro. No meu caso, fui a "dama" do par, mas nos enrolávamos de vez em quando nos papéis. Valeu a diversão e a alegria. Pena que, como já disse, os tempos são outros. Já dizia o falecido comediante Lilico: "Tempo bom, não volta mais, saudade de outros tempos iguais".

































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