Meu nome é Bond... James Bond - Capítulo 1 - Cassino Royale (1953)


Desde os 6 anos sou fã do James Bond como todos sabem e desde 2003 tive acesso aos livros de Ian Fleming (criador do personagem) através de outros fãs. Comprei os livros um a um e li cada um deles bem depois de ver os filmes. O personagem dos livros era um mistério para mim. Conforme eu ia comprando, eu ia lendo. E como se tratam de livros muito antigos e às vezes difíceis de conseguir, fui lendo tudo fora de ordem. 
E várias vezes, reli sem me importar com nada, até agora. 
Eu não conseguia entender como o universo criado por Ian Fleming era totalmente conectado de um jeito que fazia sentido. 
Recentemente, numa conversa sobre isso num grupo de whats app, fui aconselhada por duas pessoas a tentar ler na ordem e assim, conhecer mais profundamente o 007 dos livros e também o dos filmes cuja ordem cronológica e a conexão das estórias tem outro sentido por ser diferente. 
Minha experiência consiste em ler um livro e depois ver o filme correspondente. Mas não quero ficar fazendo comparação do que é melhor. Quero apenas destacar algumas coisas e descrever uma experiência pessoal, nada mais. 
O primeiro livro, Cassino Royale é de 1953, traz o desconhecido porém fascinante mundo da espionagem misturando um pouco de realidade à ficção já que Ian Fleming foi um espião durante a Guerra. Traz muito da vivência do autor e de suas fantasias quando ele começa a moldar o personagem James Bond. 
Cassino Royale tem uma leitura leve no começo porém fascina pela descoberta. Já o filme começa com uma adrenalina sem precedentes, um ritmo acelerado e uma espécie de desconstrução para tentar voltar às origens para contar ao público de Bond quem é ele e porque ele surgiu. 
Nos filmes já temos há muitos anos uma outra imagem, do cara de ação com explosões e efeitos inimagináveis mas também a fina arte da espionagem com uso de tecnologia de ponta. E em Cassino Royale, essa reconstrução em busca da essência foi trazida com toda força. 
Destaco duas cenas que me chamam muita atenção: a primeira é o jogo de cartas. No livro, joga - se o bacarat e cada jogada é descrita com muito detalhe. Cada jogada torna - se interessante e deliciosa porém no filme, o jogo muda para dar uma atualizada. Joga - se poker do Texas. A cena é linda, iluminação perfeita mas arrasta - se por muito tempo. 
E mesmo se arrastando não é tão cansativa porque ela vai dando o tom de toda primeira parte do filme e de toda a investigação. 
A segunda cena em destaque é quando 007 é torturado pelo vilão que dá chicotadas em suas partes baixas. Tanto no livro quanto no filme é extremamente doloroso pois você se coloca no lugar do personagem. Você é capaz de "sentir" cada golpe mesmo que não seja homem, E é um alívio quando a cena termina. 
Uma outra coisa que nunca compreendi até hoje foi ver Bond enfartar num filme. Agora que li o livro, compreendo melhor porque existe uma cena semelhante onde ele está muito ferido e fica no hospital. Agora a cena do enfarte que eu tanto condenava faz sentido como 2 + 2 = 4. Fleming não dá ponto sem nó. Estou começando a entender isso agora. 
E o romance com Vesper também é quase que retratado fielmente, assim como o convívio com Renée Mathis, são coisas extremamente vitais e tem o tratamento que merece. 
Só não concordo muito com o excesso do uso do celular com SMS. Foi interessante usar mas acho que se perdeu um pouco do charme da época que Fleming idealizou mas, por outro lado, mostra que desde sempre a espionagem busca por recursos cada vez mais modernos. E com certeza, na época do Fleming, muita coisa que hoje é normal já estava a serviço dos exércitos no mundo inteiro. 
Em geral, é uma experiência que eu estou gostando muito e que pretendo levar até o fim se Deus permitir. 

Eu retornarei em 007 Viva e Deixe Morrer. 
Um Feliz 2017 a todos os leitores e amigos! 




PS: Essa série de textos é dedicada à memória de Ian Fleming e também aos amigos Lucian e Rildon que me incentivaram a fazer essa experiência. Obrigada, amigos. Beijos.

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