Memórias saudosas de uma fã - Obrigada, Gugu


Adaptando uma frase do jornalista Roberto Cabrini na época da morte de Ayrton Senna: Este é um texto que eu não gostaria de escrever.
Estou triste, muito triste mesmo com a morte de um dos meus maiores ídolos, o apresentador Gugu Liberato. E, sinceramente, estou fazendo um grande esforço para escrever essas linhas porque sei que isso vai me fazer bem,.
Acompanhei sua carreira desde 1981 quando ele dava seus primeiros passos na TV Brasileira em frente às câmeras. Eu era apenas uma criança que gostava de ver televisão. Tinha (e tenho) meus heróis da ficção e artistas q já admirava desde minha tenra idade. Gugu era um deles.
Nas noites de sábado eu só ia dormir depois do seu boa noite final após a "dança do passarinho" lá pela meia noite e tanto. Ficava chateada quando tinha que sair de sábado à noite  não queria perder o Viva a Noite. Estando em casa não pedia um só programa, até mesmo as reprises de fim de ano.
Quarta - feira passada, pela última vez assisti a um programa dele: o reality show de música Canta Comigo, onde 100 jurados avaliam os candidatos levantando - se enquanto o candidato se apresenta e, se os 100 jurados se levantassem, imediatamente este candidato passa para a grande final. O programa já foi inteiro gravado e não sei se depois da morte de Gugu vão mostrar os dois que faltam: a segunda semifinal e a final, revelando o vencedor. Ou se vão deixar como está. Para mim, isso é o que menos importa.
E assim foi por anos a fio, assistindo aos programas dele em vários horários nas duas emissoras em que ele trabalhou. Rindo, chorando e me divertindo muito. Me identificava com seu jeito alegre, carismático, educado e eclético de fazer televisão.
Também acompanhei aparições dele em outros programas, filmes, entrevistas, enfim... essas coisas de fã.
Na minha adolescência tive uma pasta de recortes de jornais, revistas reportagens e muitas fotos de Gugu. Coisa de adolescente dos anos  1960, 1970 e 1980.
Ainda possuo este arquivo, porém há tempos não coleciono mais. Também não desfiz. Está guardado para um dia que tiver coragem e sentir a saudade apertar, poder olhá - lo novamente. Cada coisa guardada com carinho e zelo num fichario cheio de corações que já vinham impressos nele e por isso escolhido a dedo. Tive também um papagaio chamado Gugu que viveu sete anos apenas e sabia gritar "Viva a Noite".
Como todo fã, alimentei o desejo de conhecer Gugu e tive a grande alegria de realizar esse desejo.
Nisso, eu tenho que agradecer à Deus e à vida porque não foi apenas uma vez que cheguei perto de Gugu.
Alguns desses momentos me marcaram mais, me emocionaram muito.
Uma delas foi no Playcenter, num show desses de caravana onde um apresentador leva vários cantores pelo país tipo Bolinha, Chacrinha e Raul Gil fizeram por tantos anos.
Neste show eu cheguei a subir no palco para abraçar o Gugu, transmitindo ali um pouco do carinho e amor de fã. E também realizei outro sonho, dancei a famosa "dança do passarinho" a seu lado juntamente com suas bailarinas, tendo como testemunhas minha mãe que estava comigo e, pelo menos mais umas 200.000 pessoas presentes. E até com uma montanha russa sob nossas cabeças, literalmente, não foi força de expressão.
Quando percebemos, nos abraçamos, mas de medo daquilo ruir sob nós porque o palco balançava quando os carrinhos estavam no alto.
Infelizmente não tenho como provar porque naquela época eu não tinha máquina fotográfica. Mas as imagens estão guardadas no meu coração para sempre.
Outro momento foi quando participei de uma gincana do Domingo Legal, de brinquedos diferentes e eu participei apenas para chegar perto do Gugu. Este era o único prêmio que eu queria ganhar. Fiquei em 5º lugar.
Meu prêmio mais valioso no entanto é uma foto juntos tirada pelo fotógrafo do SBT, Moacyr dos Santos.
Outro momento foi quando não cheguei perto dele mas consegui entregar um presente a ele e uma cadernetinha para conseguir um simples autógrafo e me surpreendi quando o segurança me trouxe de volta e li, não era só um autógrafo mas uma pequena carta de agradecimento pelo ursinho que eu dei a ele e o carinho que expus na carta que escrevi. Guardo esse autógrafo num quadro e hoje olhei com muita tristeza. Não é para menos.
E também esse momento aí do nosso abraço (foto acima que ilustra esse texto, envelhecida com um filtro digital propositalmente) depois de ele autografar o livro Sou Pai, e Agora.
Ser fã de alguém que não está na moda, nem é jovem, nem bonitinho é muitas vezes motivo de isolamento e bullyng frente a alguns colegas da escola.
Sofri isso no ensino médio porém, não abandonei minhas convicções em nome de uma "modinha". Bullyng praticado por alunos e até mesmo professores. Ingenuamente não percebia que o apelido "Guga" que recebi na escola era às vezes um pouco pejorativo dependendo do tom de como era falado e não carinhoso mas eu transformei isso em algo positivo, principalmente depois da foto tirada junto com Gugu no palco de seu programa de TV.
No fundo, tinham certa inveja de mim eu acho.
Em compensação, anos depois, por causa de Gugu ganhei um amigo verdadeiro e leal, um verdadeiro irmão que se conectou comigo através dele, por também ser fã e nossa amizade, mesmo sem nunca termos nos visto pessoalmente sempre foi intensa. Nesses dias tristes, à distância e ao mesmo tempo muito unidos, nos confortamos mutuamente dividindo um pouco o peso da nossa angústia e dor e isso nos fortaleceu e nos conectou ainda mais.
Fica só a saudade, a lembrança e uma mensagem bonita que Gugu deixou. A alegria dos seus programas.  E os nossos, sim, nossos momentos que ninguém consiguirá apagar do meu coração.
À você Gugu, o carinho do meu aplauso, minhas orações pelo teu descanso e o meu amor. 

Comentários

  1. Que manifestação linda e sincera Patthy, hoje mais velha e madura vejo todo seu carinho por ele como uma forma de expressão do Amor, que depois tantos anos permanece guardado com você. O Amor e admiração permanecerá e junto dele haverá a saudade. Me permita de chamar de Guga, mas não veja como bullying e sim como podemos chamar uma verdadeira FÃ. Meus sinceros sentimentos.

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    1. Ale, obrigada pela amizade e pela visita. É claro que permito q me trate como Guga. O q quis dizer é que nem todos os nossos colegas tratavam com carinho esse Guga. Felizmente a maioria era carinhosa, como vc por exemplo. Bjs

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  2. Li o texto. Muito bom.
    Com certeza sei do seu amor pelo Gugu pois como sua tia pude ver todos os momentos em que você vibrava com alegria. Agora ficou a saudade mas Gugu está muito bem. Com Deus, no palco que p/ ele foi reservado eternamente. Tia Judite

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  3. Obrigada pelo carinho e pelo apoio nesses dias tão difíceis pra mim. Bjs

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