Essas coisas só acontecem comigo

Esse texto era para tomar outro rumo e talvez ter outro título mas não quando eu sou o personagem dessa história que vou contar pra vocês.

Adaptando uma frase do George Lazenby em 007 A Serviço Secreto de Sua Majestade: "Essas coisas nunca acontecem com outra mina" 

Eu queria assistir ao filme "Turma da Mônica Lições" e aproveitar para passear na Penha num sábado à tarde como outro qualquer. Desde o início da pandemia que nunca mais tinha ido na Penha. 

Tudo começou em casa. Me arrumei toda com camiseta e acessórios da Mônica. Almocei e saí acompanhada por minha tia. 

O filme começaria às 13:50 h 

Não saí de casa em tempo. O ônibus demorou a passar. Só chegamos na Penha faltando exatamente dois minutos para o início da sessão. 

Chegando ao shopping, fomos pegar o elevador para ir ao cinema.

Vocês devem estar pensando que cheguei rápido não é? Aí é que vocês se enganam. 

Minha tia e eu ficamos presas no elevador porém nem tivemos tempo para pânico. 

Na verdade, ficamos bem calmas e eu comecei a pensar em como sair daquela situação enquanto olhávamos através do elevador panorâmico a paisagem lá embaixo. Aquele monte de pessoinhas bem pequenininhas como formigas andando por todos os lados, passeando com famílias ou sozinhas. A vida seguia seu curso natural. 

Foram segundos, um minuto ou dois sei lá mas nada além disso. 

E, nada como gostar de filmes americanos, séries e James Bond para você se lembrar logo do que se deve fazer para sair de uma situação que estava favorável mas que em segundos poderia se tornar trágica.

Normalmente há um botão do pânico no elevador que fica escondido porém com acesso fácil e sinalização para que possamos encontra - lo

Comecei a ler todo tipo de aviso e cartaz do elevador até que  encontrei o texto com as instruções que eu precisava.  

Bendito seja meu vício de leitura que me tira de muitas enrascadas e me diverte também.

Por causa desse vício bom já me disseram muitas coisas curiosas: minha mãe por exemplo dizia que meu sobrenome deveria ser "Livros" e, recentemente uma pessoa me disse que eu como letras, que devoro livros. Afinal, leio em qualquer lugar, até no clube. 

Voltando à minha história inusitada... 

Abri a portinha do compartimento onde estava o telefone para falar com o bombeiro do shopping. 

Primeiro o bombeiro ouviu o que tinha acontecido e, depois de constatar que estávamos bem, foi me orientando no que fazer. E eu fui seguindo as orientações até sair dali. 

Seguimos para o cinema. 

Chegando na bilheteria não deu para comprar os ingressos para o filme da Mônica pois já tinha começado.

Daí eu resolvi que assistiria Morte no Nilo, baseado no livro homônomo de Agatha Christie que estreou há poucas semanas. 

Amo esse tipo de filme e amo o estilo de Agatha Christie que conduz o público deixando pistas em todo o livro (ou neste caso do filme) afim de também participarmos da estória ao lado de Hercule Poirott e dos outros personagens, para desvendar o caso.

Morte no Nilo em poucas palavras é um filmaço, desses que você assiste sem piscar e (quase) sem deixar que nenhuma pista escape aos seus olhos pois, nas estórias de Agatha Christie, por mais insignificante e bobo que seja o detalhe, ele é importante e é levado em conta na conclusão final. 

Sei disso porque conheço um pouco de sua extensa obra e sei o porque eu não cheguei muito perto do desfecho. 

 

Cometi o grave erro de não prestar atenção em dois míseros detalhes, um deles crucial para se chegar ao assassino. Cheguei bem perto. Isso foi bom pois me surpreendi. 

Assim como me surpreendi com Kenerh Branagh e Gal Gadott, que atores magníficos! E como se completam atuando juntos!

Queria ter comprado o livro para ler, óbvio e principalmente para guardar uma recordação deste dia porém não tinha nas lojas que entrei para procurar. 

Comprei hoje pela internet a edição mais recente. Chegará para retirada na loja em breve.

Quis deixar registrada essa história que mais parecem aquelas situações de comédia bem imbecil estilo pastelão. 

E vamos combinar que não é todo dia que um fã de cinema pode viver situações de um filme, dessas que rendem boas e divertidas lembranças por toda a vida quando acaba bem. 

                                        THE

                                                END