God Save The Queen - 70 anos da coroação da Rainha Elizabeth II


 Como a maioria das meninas de todo o mundo,  li muitas estórias de contos de fadas. 
Príncipes, Princesas, Reis e Rainhas de reinos encantados com paisagens de encher os olhos num mundo mágico, fascinante e perfeito para o imaginário infantil. 
E na escola também lia sobre a Família Imperial Brasileira e seus feitos históricos nos livros didáticos, especialmente os Imperadores Dom Pedro I, Dom Pedro II e  Princesa Isabel que, mesmo sendo os primeiros governantes do Brasil, na minha cabeça inocente, eram distantes demais para mim. 
Nos livros escolares, Dom Pedro I era o que mais
se parecia com um príncipe dos desenhos da Disney e outras companhias norte americanas e Dom Pedro II tinha mais "cara de Rei", ou Imperador, enfim...cara de quem ostenta uma coroa na cabeça, uma longa capa de veludo vermelho com detalhes laterais em branco com pintinhas pretas e um certo na mão.
A Rainha  que se aproximou mais do meu imaginário e estava visível era a imagem da Virgem Maria em que Ela muitas vezes aparecia com a Coroa e o Cetro e também vestidos, mantos ou véus longos e lindos. 
E como sou de família Católica, o dogma de Nossa Senhora ser uma Rainha, a Mãe de Deus, a Mãe do Rei dos Reis, Jesus Cristo, moldou ainda mais a minha imaginação de como seria a figura de uma Rainha de verdade já que era tão acessível e familiar mas era uma visão  muito respeitosa da Mãe de Deus. 
Era mais uma forma de carinho e de amor, homenageá - La quando eu olhava as imagens na igreja ou no quarto da minha avó e no meu também.  
Eu achava sinceramente que Rainhas humanas, de carne e osso não existiam. Ou elas eram "desenho" ou eram "espírito". 
E minha imaginação ia longe: Achava que uma Soberana jamais tirava seus Trajes Reais. 
Achava que uma Rainha dormia realmente com a Coroa em sua cabeça segurando seu Cetro além de passar o dia inteiro dando ordens sentada no Trono com pessoas sempre ajoelhadas a seus pés. 
Mas um dia isso mudou. Eu descobri que existiam mulheres que eram Rainhas (e que não eram as Misses que são as "rainhas da beleza").
Foi durante o casamento do Príncipe Charles cuja cerimônia foi transmitida pela TV ao vivo para todo o planeta numa quarta - feira, mais precisamente dia 29 de julho de 1981 que vi muitas Rainhas e Princesas que foram convidadas para a cerimônia, vindas de tantos lugares do mundo para saudar o casal. Naturalmente, vinham acompanhadas de seus maridos ou filhos, outros soberanos de carne e osso.
Era um conto de fadas com gente de verdade usando coroas em suas cabeças. 
E claro que a Rainha Elizabeth II, sendo a mãe do noivo se fazia presente com toda realeza que lhe é própria. E embora ela não estivesse em Trajes de Rainha, estava majestosa pois "Quem é Rainha nunca perde a Majestade" e esse detalhe passou batido pois o Príncipe Charles estava com um lindo uniforme militar de gala tal qual um "príncipe Disney". E, Lady Diana, linda e deslumbrante em seu maravilhoso vestido de enorme cauda, mangas bufantes e um véu que lhe cobria o rosto de princesa feliz como nos desenhos e livros.
Eu assistia tudo encantada, sem desviar o olhar. E depois, acompanhei tudo no noticiário.
A partir desse dia é que aos poucos eu fui entendendo que reinos existiam, que Reis e Rainhas existiam de verdade, eram pessoas. Mas que a atmosfera dos contos de fadas, de uma maneira mais verdadeira permanecia através de roupas, coroas, carruagens que remetiam ao mundo encantado. 
Aí é que passei a acompanhar tudo que fosse notícias da Rainha Elizabeth e sua família. Suas viagens, as reuniões do Parlamento, seus compromissos públicos, o nascimento dos Príncipes Willian e Harry, um pouco da rotina de estudantes, infância ao lado dos pais, adolescência, os casamentos de ambos, senti a morte da Lady Diana e a morte do príncipe Phillip, o amado marido que sempre foi companheiro em todos os momentos. Comemorei com alegria os nascimentos dos bisnetos da Rainha. (Inclusive, a Princesa Charlotte, filha do Príncipe William nasceu no mesmo dia e mês do meu aniversário, o que me deixou imensamente feliz).
Tudo que foi notícia aqui no Brasil a respeito da Família Real eu acompanhei sempre com muito carinho e atenção. 
E um momento em especial me marcou bastante: o dia em que a Rainha Elizabeth interagiu com Daniel Craig numa encenação para a abertura das Olimpíadas de 2012 em Londres onde James Bond, o agente secreto 007, personagem que amo, busca a Rainha de helicóptero para "juntos" irem até o local da abertura dos Jogos Olímpicos para a cerimônia de abertura. 
É claro que a Rainha e Daniel Craig foram substituídos por dublês e um truque de câmera foi usado para ocultar isso mas a emoção foi inevitável. 
Me emocionei muito, chorei muito. Foi lindo!
Também assisti no cinema a biografia da Primeira Ministra Margareth Thatcher, a série The Crown pela Netflix, alguns filmes sobre Lady Diana e o documentário comemorativo sobre a Rainha Elizabeth lançado recentemente pelo Globoplay com arquivos de filmes caseiros inéditos e depoimentos sobre o reinado da Monarca que completou no último dia 06 de Fevereiro 70 anos de sua Coroação.
As pessoas de meu próprio convívio social não entendem esse meu fascínio pela Família Real Britânica mas já se acostumaram e respeitam. 
É algo que é muito presente em mim. Não me importo quando as pessoas ignoram ou estranham. Só sinto e sigo acompanhando sempre com carinho e respeito. 
O mesmo carinho que me levou a escrever esse texto pois 70 anos dedicados à Coroa de um país não é todo dia que se alcança uma marca dessas. 
É uma data que deve ser celebrada. 
Desejo muita saúde, força e sabedoria à Rainha Elizabeth II para governar seus súditos e muita felicidade. 

GOD SAVE THE QUEEN! LONG LIFE THE QUEEN!
(DEUS SALVE A RAINHA! VIDA LONGA À RAINHA!)























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